Governo eleito pretende fazer alterações nas políticas e estratégias da estatal, como o encerramento do PPI
A Petrobras não vai paralisar seu programa de desinvestimento, de venda de ativos, apesar de solicitações feitas por integrantes da equipe de transição de governo, informaram membros da alta cúpula da estatal de petróleo brasileira. A venda de ativos é uma estratégia adotada já há algumas gestões para sanear a empresa, alvo de corrupção em governos passados, tendo quase quebrado entre 2014 e 2015. A Petrobras chegou a ter uma dívida considerada a maior entre as grandes petroleiras do mundo. Segundo pessoas da alta cúpula da estatal, que conversaram anonimamente com a Jovem Pan, disseram que o futuro governo, depois de assumir, é que poderá interferir na política da empresa, revendo direcionamentos e estratégias. No últimos dias, as ações da Petrobras chegaram a desvalorizar na bolsa de valores de São Paulo, a B3. Um dos motivos seria o fim da política de paridade de preços internacionais (PPI), que o governo eleito já afirmou que vai encerrar.
O novo governo deverá adotar outro modelo para precificar os derivados do petróleo no mercado interno, envolvendo a média do refino no país e no exterior. O economista especialista na área e presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin) avalia a possível mudança de política de preços: “Resumidamente, deverá ser abandonada a PPI, que atrela os preços da Petrobras àqueles ditados pela OPEP e, no seu lugar, entrará uma política de preços baseada nos custos da empresa, isso é muito bom para a economia do país, que não mais ficará exposta às flutuações especulativas provocadas por um cartel internacional. Justamente o motivo que norteou os investimentos da empresa para alcançar a autossuficiência”. Na última quarta, as ações da Petrobras subiram na B3 quase 0,5%, mas não por causa do futuro da empresa, e sim por questões externas. Os Estados Unidos divulgaram os estoques de combustíveis, que vieram acima da estimativa do mercado, que entendeu como um sinal de arrefecimento da demanda, especialmente no hemisfério norte.