foto: Marwan Naamani/picture alliance via Getty Images
A embaixadora de Israel na Costa Rica, Mijal Gur Aryeh, levantou preocupações significativas ao acusar a Venezuela de abrigar bases do Hezbollah e do Irã em seu território. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa virtual direcionada à mídia nicaraguense em outubro de 2023. Aryeh expôs a atuação do grupo libanês na América Latina, destacando que não se limita apenas à Venezuela, mas também estaria presente em outros países da região.
As alegações da embaixadora foram recebidas com atenção e tensão, especialmente quando ela mencionou também a Bolívia e Nicarágua como territórios possivelmente influenciados. Segundo Aryeh, os serviços de inteligência de Israel têm colaborado com países como Brasil, Argentina, Peru e Colômbia para rastrear e interceptar atividades relacionadas ao Hezbollah em suas fronteiras.
O que é o Hezbollah e Por Que Está na América Latina?
O Hezbollah é um grupo político e militar com origem no Líbano, reconhecido por muitos países como organização terrorista. Sua influência na América Latina tem sido uma preocupação crescente para diferentes nações, incluindo Israel e seus aliados. A presença do grupo na região é atribuída à busca por novos aliados e rotas logísticas, que poderiam incluir tráfico de armas e financiamento.
Países na América Latina, que enfrentam diversas dificuldades econômicas e sociais, podem ser vistos como locais estratégicos para o Hezbollah estabelecer laços. Além disso, as acusações recentes destacam a complexidade geopolítica da região, onde interesses externos frequentemente interferem nas dinâmicas locais.
Como Países da América Latina Respondem às Acusações?
A resposta à declaração da embaixadora israelense foi imediata em algumas nações. O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia repudiou as afirmações de Aryeh, tachando-as de “irresponsáveis e infundadas”. Segundo o governo boliviano, o país se define como pacifista, constitucionalmente contrário à instalação de bases militares estrangeiras em seu território.
Até o momento, Venezuela e Nicarágua não fizeram declarações oficiais em resposta às acusações. O silêncio pode ser interpretado de várias formas, mas, frequentemente, reflete uma estratégia diplomática enquanto ponderam suas posições oficiais ou buscam provas para refutar as acusações.
O Papel do Brasil e de Outros Países na Detecção de Atividades do Hezbollah
Os serviços de inteligência do Brasil e de outros países da região têm trabalhado em conjunto com Israel para monitorar atividades suspeitas associadas ao Hezbollah. Essa cooperação internacional busca prevenir que grupos considerados terroristas estabeleçam bases ou influências que poderiam desestabilizar ainda mais as fracas estruturas políticas e sociais locais.
A vigilância e a troca de informações entre essas nações comprovam a crescente preocupação sobre a segurança regional. As alegações recentes reforçam a necessidade de contínuo monitoramento e colaboração entre países latino-americanos e seus aliados para garantir a estabilidade e segurança da região.