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A violência contra médicos no Brasil apresentou um expressivo aumento nos últimos anos, segundo dados recentes levantados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Analisando boletins de ocorrência registrados nas delegacias de Polícia Civil entre 2013 e 2024, verificou-se que, em média, um médico é vítima de violência a cada três horas enquanto realiza suas atividades profissionais. Ao longo do período analisado, foram identificados 38 mil registros de violência contra médicos, refletindo a grave situação enfrentada por esses profissionais.
O aumento de quase 50% nos registros de violência de 2013 para 2023 acendeu um sinal de alerta para as autoridades e entidades de classe, como o CFM, que busca identificar e implementar políticas que possam mitigar essa situação preocupante. Os casos relatados incluem um espectro variado de crimes, desde ameaças e injúrias até lesões corporais e mortes suspeitas dentro de unidades de saúde, evidenciando a necessidade de ações efetivas para proteger esses profissionais essenciais.
Quais São as Causas e Implicações da Violência no Ambiente de Saúde?
Os dados apontam que a violência não está restrita apenas aos médicos; outros profissionais da área da saúde também são alvos frequentes desses atos, destacando a amplitude e a gravidade do problema. O ambiente das unidades de saúde, composto por hospitais, clínicas, pronto-socorros e laboratórios, está sob constante risco, impactando diretamente na qualidade e segurança dos atendimentos prestados.
Grande parte dos autores dos atos violentos inclui pacientes, familiares e até desconhecidos, enquanto uma menor parcela envolve colegas de trabalho. Este cenário sugere a necessidade de repensar o ambiente e as condições de trabalho nos serviços de saúde do Brasil, tanto os de caráter público quanto privado, para aumentar a segurança e o respeito mútuo entre as partes envolvidas.
Quais Regiões do Brasil Apresentam os Maiores Índices de Violência?
Os estados que mais contribuíram para o número absoluto de casos foram São Paulo, seguido por Paraná e Minas Gerais. No entanto, a taxa de violência por mil médicos revelou que os estados com os maiores índices foram Amapá, Roraima e Amazonas, indicando que o fenômeno não está relacionado apenas ao número de médicos, mas também à distribuição geográfica e contextos regionais específicos.
Interessantemente, a maior parte dos incidentes ocorreu no interior do país, mesmo que a maioria dos médicos esteja concentrada nas capitais. Esses dados corroboram a percepção de que diversos fatores socioeconômicos e culturais podem contribuir para a ocorrência desses episódios, cada região apresentando suas próprias particularidades.
Como os Médicos Podem se Proteger e Quais Medidas Podem Ser Implementadas?
O Conselho Federal de Medicina não apenas encoraja a formalização das ocorrências via boletins de ocorrência como também recomenda que as vítimas sejam proativas em relatar incidentes às diretorias clínicas. Essa ação não só fortalece o banco de dados sobre a violência mas também aumenta a consciência institucional sobre o problema. Além disso, o CFM defende maior rigor nas leis punitivas para proteger os profissionais de saúde.
Há um chamado por melhorias na infraestrutura dos locais de atendimento para aliviar a tensão, juntamente com campanhas de conscientização promovendo o respeito. O CFM também apela para que gestores do Sistema Único de Saúde e o Congresso Nacional implementem rapidamente medidas para melhorar a segurança nos ambientes de saúde.