Dos nomeados para a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Guido Mantega, que renunciou ao posto na semana passada, não era o único com os direitos políticos suspensos.
O grupo tem pelo menos mais um integrante na mesma condição. Trata-se do também ex-ministro Anderson Adauto, escolhido para ajudar a equipe técnica da área de minas e energia.
Mineiro, Anderson Adauto se gaba de ser amigo de Lula e, em conversas reservadas, atribui ao próprio presidente eleito o convite para participar da transição.
Ele foi ministro dos Transportes no primeiro governo do petista. Deixou o cargo para disputar a prefeitura de Uberaba, em 2004. Foi eleito e, quatro anos depois, ganhou mais um mandato.
A passagem por Brasília garantiu a Adauto a inclusão no rol de acusados de participação no mensalão, algo de que se livrou ao ser inocentado pelo Supremo Tribunal Federal. Foi do período na prefeitura de Uberaba, porém, que vieram as decisões que lhe cassaram os direitos políticos. A primeira, por irregularidades na contratação de apadrinhados como agentes de saúde. A segunda, por suspeitas envolvendo a compra emergencial de remédios nunca entregues. Improbidade administrativa.
O ex-ministro ainda recorre, mas em razão das sentenças está impedido de ocupar cargos públicos. Por isso, ele vinha trabalhando na iniciativa privada, prestando consultoria para grandes empresas – diga-se, justamente do setor de minas e energia.