Ranil Wickremesinghe disse que deixará o cargo assim que todos os partidos concordarem em formar um novo governo
O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, renunciou ao cargo neste sábado, 9, depois de as lideranças de seu partido exigirem que ele e o presidente do país, Gotabaya Rajapaksa, deixassem o governo. A decisão foi confirmada após manifestantes invadirem a residência e o escritório presidenciais, localizados na capital do país, Colombo.
Segundo o porta-voz do premiê, Wickremesinghe disse aos líderes do partido que renunciará assim que todas as legendas concordarem em formar um novo governo. Ele havia assumido o cargo em maio.
Rajapaksa, cuja família dominou a política do Sri Lanka na maior parte dos últimos 20 anos, não emitiu nenhum comunicado oficial. Ele enfrenta o maior protesto ocorrido na história do país, com a entrada de dezenas de milhares de pessoas em sua residência e no escritório oficiais. Os cidadãos o culpam pela crise econômica que assola a região.
De acordo com a Agence France-Presse, Rajapaksa fugiu para um local seguro minutos antes de a residência ser invadida pelos manifestantes.
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que quase 30% dos 21 milhões de habitantes do país correm o risco de não ter acesso a alimentos. A economia do Sri Lanka está em frangalhos, e o governo suspendeu o pagamento de empréstimos estrangeiros. A dívida externa total ultrapassa os R$ 50 bilhões.