Foto: Sérgio Lima.
Uma análise de alguns arquivos nas urnas eletrônicas, de fato, mostra a ausência de alguns números de identificação, como diz o PL. O professor e pesquisador do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da USP, Marcos Simplício, defende que o problema pode ser resolvido com um simples cruzamento de dados.
Em entrevista ao Poder360, Simplício afirma haver um “bug” nos registros internos (logs) que impossibilita a identificação do número da urna dos modelos antigos. Apesar disso, estão nesses logos o número da urna, o município, a zona e a seção eleitoral.
Com essas informações, seria possível encontrar o número da urna.
O professor se manifestou após fala do presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, na tarde deste sábado (19/11). Em vídeo, ele afirmou que 250 mil urnas não têm um número de identificação. Por esse motivo, não deveriam ser consideradas.
“É no Brasil inteiro. São as urnas de 2020 para baixo, são as urnas antigas. Todas elas têm o mesmo número, não têm patrimônio, não tem como controlar a urna. Você vai checar a urna antes da eleição, são todas com o mesmo número”, disse Valdemar.
Presidente do partido do atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), Valdemar disse não querer “tumultuar a vida do país” e que não irá propor uma nova eleição, mas que as urnas terão de ser revistas e que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) irá decidir.
O TSE, por sua vez, disse que as urnas têm lacres de segurança autoadesivos, com uma numeração sequencial de 7 dígitos. Depois de aplicados os lacres, a sua retirada deixa evidências, o que releva a tentativa de violação ou falsificação.
O tribunal diz ainda que segurança dos equipamentos não depende dos lacres, já que a sua “arquitetura de segurança” de hardware e software não permite dar continuidade ao seu funcionamento, caso os seus programas sejam adulterados.
Simplício afirma que a falha no “log” deveria ser investigada e corrigida, mas afirma que o problema em nada impede a fiscalização da urna.
“Há sim um bug no software, e seria bom investigar a causa dele, além de corrigir. Agora, dizer que é ‘impossível correlacionar univocamente esse log com o Boletim de Urna‘, invalidando a possibilidade de auditoria’ é uma interpretação um tanto criativa do que pode ser a causa do problema”, continua
No pleito deste ano, foram utilizadas 577.125 equipamentos de 6 modelos distintos. Desses, 224.999 eram as urnas eletrônicas em seu modelo mais recente, o de 2020. O restante são dos anos de 2015 (95.885), 2013 (30.142), 2011 (34.998), 2010 (117.817) e 2009 (73.284).
Com informações do Poder 360.