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A administração dos Estados Unidos, sob a liderança do Presidente Joe Biden, deu um passo significativo ao enviar uma carta ao governo israelense. A correspondência, elaborada pelo Secretário de Estado Antony Blinken e pelo Secretário de Defesa Lloyd Austin, exige que Israel adote medidas concretas para melhorar a situação humanitária em Gaza. Caso contrário, a assistência militar dos EUA a Israel pode estar em risco. A carta, direcionada ao Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e ao Ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, marca um esforço dos EUA para facilitar a entrega de ajuda humanitária em Gaza.
Queda na Ajuda Humanitária e Exigências dos EUA
De acordo com a carta, desde a primavera, a quantidade de ajuda entregue a Gaza caiu mais de 50%. Em setembro, a ajuda enviada foi a menor do ano. Apesar dessas preocupações, os Estados Unidos continuam oferecendo suporte militar a Israel, porém, destacam que futuros auxílios podem ser reavaliados. Os departamentos de Estado e Defesa dos EUA estão revisando a conformidade de Israel com garantias de que não haveria restrições aos fluxos de ajuda para o território palestino.
Entre as exigências destacadas, Israel deve permitir a entrada de pelo menos 350 caminhões diários em Gaza através das principais travessias e inaugurar uma quinta travessia. Além disso, o plano inclui pausas humanitárias para permitir atividades essenciais como vacinação e distribuição de ajuda nos próximos meses. Os Estados Unidos também solicitam que Israel assegure o funcionamento contínuo e pleno dos corredores humanitários da Jordânia e permita a mobilidade de pessoas da zona humanitária de Al-Mawasi para o interior antes do inverno.
Impacto das Operações Militares e Reação de Israel
As operações militares israelenses têm se intensificado no norte de Gaza, com apelos para que civis se movam para o sul, onde mais de um milhão de palestinos deslocados já se encontram. A intensificação dos conflitos afeta gravemente a segurança alimentar das famílias palestinas, conforme alertado pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas.
Blinken e Austin manifestaram preocupação com as ações de Israel, que seriam responsáveis pelo agravamento da crise humanitária. A interrupção de importações comerciais, restrições onerosas e novas exigências alfandegárias para equipes humanitárias são citadas na carta como fatores que aceleram a deterioração das condições em Gaza.
Ações e Respostas Israelenses
Em resposta à pressão internacional, Israel parece estar reagindo. A COGAT, agência responsável pela política dos territórios palestinos e pelo fluxo de ajuda, divulgou imagens de ajuda humanitária ingressando em Gaza. Através da Travessia de Erez, 30 caminhões participaram da operação recente. A publicação da COGAT assegurou que Israel não está bloqueando a ajuda humanitária, destacando o compromisso de continuar permitindo o suprimento humanitário enquanto combate infraestruturas ligadas ao Hamas.
Consequências Diplomáticas e Perspectivas Futuras
A carta dos EUA tem potencial para influenciar as relações bilaterais entre os dois países. Estabelecer um novo canal entre os EUA e Israel para discutir incidentes civis é um dos pedidos, com a primeira reunião planejada para breve. A cooperação internacional e a consecução dos objetivos humanitários poderão definir os próximos passos na complexa região, enquanto a estabilidade na questão humanitária permanece frágil e incerta.