Ex-general da Venezuela e chefe do Serviço Secreto do país por 14 anos, Hugo Carvajal falou diretamente da prisão com à Record TV sobre a denúncia que fez sobre um suposto esquema de financiamento venezuelano que mandaria dinheiro para políticos e governos de esquerda do mundo todo, incluindo o ex-presidente Lula (PT), no Brasil.
Também conhecido com El Pollo, Carvajal é considerado por especialistas como “peça-chave” e “arquivo vivo” que poderia colocar em xeque governos e figuras políticas proeminentes. O ex-general era homem de confiança do ex-presidente Hugo Chávez, mas teve de buscar exílio na Espanha após conflitos com o atual líder venezuelano, Nicolás Maduro.
– Ele é uma peça-chave nesse regime bolivariano, cujo o objetivo era expandir para o resto dos países da América Latina ou mesmo para a Europa. Ele tinha ligação com serviços de inteligência de muitos países e também com assuntos ligados ao narcotráfico e terrorismo – afirma o jornalista venezuelano Miguel Ángel Pérez.
Atualmente preso na penitenciária de segurança máxima espanhola Estremera, Carvajal afirma que pretende colaborar com as autoridades e divulgar informações sigilosas, pois não deseja mais viver como exilado.
Em depoimento na Corte da Audiência Nacional, uma alta instância judicial da Espanha, ele relatou como foram os anos como chefe do serviço secreto e como funcionava o suposto esquema de distribuição de dinheiro para países e políticos alinhados ao regime de Chávez e Maduro.
El Pollo afirma que a Venezuela mandou dinheiro ilegalmente para a maioria dos países da América do Sul, para a Espanha e para a Itália por 15 anos. Ele apontou ainda os nomes dos beneficiados pelo suposto esquema. Seriam eles: Lula da Silva, no Brasil; Néstor Kirchner, na Argentina; Evo Morales, na Bolívia; Fernando Lugo, no Paraguai; Zelaya, em Honduras; Gustavo Petro, na Colômbia; Movimiento Cinco Estrellas, na Itália; e Podemos, na Espanha.
Em entrevista à Record TV, Carvajal afirmou ter como provar suas denúncias.
– Decidi testemunhar para ajudar meu país. Sim, posso provar tudo o que denunciei – assinalou.
De acordo com ele, “tanto o Brasil quanto a Colômbia são prioridades do governo venezuelano”. Hugo afirma ainda que o “esquema no Brasil é parecido com o da Espanha para a Itália”, mas que não iria comentar sobre como foi feito.