Reprodução/Tecterra.
Em 1956, um concurso de arquitetura destinado a planejar a nova capital do Brasil, Brasília, chamou a atenção de arquitetos do mundo todo. O resultado desse concurso mudou para sempre a paisagem urbana brasileira, resultando na cidade que hoje é conhecida por sua inovação e planejamento urbanístico singular. Ao todo, 26 propostas foram submetidas ao crivo de um júri especializado, culminando na escolha do projeto icônico de Lúcio Costa.
Proposta vencedora: Simplicidade e funcionalidade
Lúcio Costa destacou-se dos demais concorrentes com um projeto que detalhava uma cidade organizada em quatro escalas: monumental, residencial, bucólica e gregária. Este esquema definiu como as áreas administrativas, de moradia, lazer e comércio se interligariam de forma funcional e estética. Com linhas simples e feitas à mão, a proposta de Costa não apenas impressionou o júri pela clareza, mas também pela praticidade, funcionalidade e potencial de crescimento a longo prazo.
Propostas que quase conquistaram Brasília
A proposta de Boruch Milman e sua equipe, classificada em segundo lugar, oferecia uma visão de cidade de forte geometria, com linhas bem definidas e um layout organizado. Apesar de não ter vencido, o projeto foi elogiado por sua clareza de visão e por quase conquistar o primeiro lugar no concurso. Boruch Milman expressou orgulho e honra por sua colocação, reconhecendo a competição acirrada.
Em terceiro lugar, houve um empate entre duas propostas distintas: a de Rino Levi e a do escritório MMM Roberto. Rino Levi imaginou uma cidade com “superblocos” residenciais de grande altura, introduzindo um conceito inovador de habitação coletiva. Em contraste, os irmãos Roberto, do escritório MMM Roberto, apresentaram um plano composto por sete grandes zonas circulares, oferecendo uma abordagem radical e expansiva ao urbanismo de Brasília.
Impacto e legado do Plano Piloto
Brasília, construída em apenas quatro anos, tornou-se rapidamente um símbolo de modernidade e planejamento urbano. A escolha do projeto de Lúcio Costa foi fundamental para este sucesso, pois trouxe uma combinação única de funcionalidade e estética. Este concurso não apenas transformou a paisagem do país, mas também deixou um legado duradouro na arquitetura e urbanismo mundiais, atraindo visitantes e estudiosos interessados na inovação que a cidade representa.
Reflexões sobre o concurso e seu resultado
Enquanto Brasília se destaca entre as capitais mundiais por sua concepção inovadora, o concurso de 1956 permanece um exemplo notável de como a arquitetura e o urbanismo podem transformar visões administrativas em realidade funcional. Os projetos apresentados no concurso exibiram uma ampla gama de ideias e conceitos modernos, revelando a diversidade de pensamentos que definiram o futuro da capital brasileira. O legado deixado por esse concurso continua a inspirar novas gerações de arquitetos e urbanistas a pensar além das convenções e buscar soluções criativas para os desafios contemporâneos das cidades.