Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
Um apagão prolongado tem gerado preocupações significativas na capital paulista, desde que o fornecimento de energia elétrica foi interrompido na sexta-feira, 11. Este desligamento inesperado afetou mais de 2,6 milhões de consumidores, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sendo que 2,1 milhões destes estão na área de concessão da Enel São Paulo. As repercussões foram vastas, especialmente para setores que dependem fortemente de energia elétrica para suas operações diárias, como hotéis, restaurantes e bares.
Prejuízos para o setor de hospitalidade
A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) manifestou grande preocupação com as perdas financeiras significativas incorridas pelos empresários da região. Segundo Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, cerca de metade dos 502 mil estabelecimentos associados à federação estão localizados na área mais afetada pelo apagão. Ele destacou que a falta de energia não apenas impede a abertura dessas empresas, mas também compromete a conservação de alimentos, já que geladeiras e freezers ficam inoperantes, resultando na deterioração de produtos perecíveis.
Reações políticas e pedido de intervenção
A resposta ao apagão não se limitou ao setor privado. Governador e prefeito de São Paulo, Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes, respectivamente, fizeram pronunciamentos fortes criticando a gestão da Enel. Ambos sugeriram medidas extremas, como o encerramento da concessão da empresa, devido à sua suposta ineficiência em restabelecer o fornecimento de energia. Freitas afirmou que a Enel “deixou os consumidores de São Paulo na mão”, enquanto Nunes referiu-se à companhia como “inimiga do povo de São Paulo”.
Posicionamento da Enel e próximos passos
Até o momento, a Enel não se manifestou publicamente sobre as declarações dos líderes paulistas, mas enfrenta pressões crescentes para resolver rapidamente os problemas e restaurar a confiança dos consumidores. A crise expôs a vulnerabilidade da infraestrutura elétrica da cidade e levantou questões sobre a capacidade da empresa de atender às necessidades em situações de emergência.
Impacto e perspectivas futuras
A situação enfrentada por São Paulo serve como um caso de estudo sobre a importância de uma rede elétrica robusta e de planos de contingência eficazes. As consequências do apagão prolongado são um lembrete dos riscos associados à dependência de uma única concessionária para o fornecimento de serviços essenciais. Enquanto as autoridades aguardam ações concretas da Enel e possivelmente do governo federal, a questão de como garantir a estabilidade do fornecimento elétrico permanece em pauta.