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O cigarro eletrônico, popularmente conhecido como vape, tem sido motivo de preocupação crescente entre profissionais de saúde, especialmente em relação ao uso entre jovens. Proibido no Brasil desde 2009, o vape continua presente no mercado informal e seu uso tem aumentado significativamente. O relato da mãe de Diego, um jovem de 20 anos que faleceu devido a complicações pulmonares, traz à tona os riscos associados a esses dispositivos.
O caso de Diego: Um jovem vítima do vape
Lia, mãe de Diego, relatou que seu filho começou a usar vape aos 15 anos. Apesar dos esforços dela para fazê-lo parar, Diego continuou a usar o dispositivo compulsivamente. Segundo Lia, durante um tratamento médico, identificou-se que a saúde pulmonar de Diego estava comprometida, fato que os médicos associaram ao uso excessivo do vape. Mesmo com intervenções médicas, Diego não resistiu a complicações pulmonares graves.
De acordo com Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, os cigarros eletrônicos causam inflamações severas e permanentes na estrutura pulmonar. A pneumologista destaca que os jovens adictos podem fumar o equivalente a 400 cigarros tradicionais por semana, adquirindo a dependência em poucos dias e apresentando danos pulmonares significativos.
Epidemia do uso de vapes entre jovens
Apesar da proibição, o número de usuários de cigarro eletrônico no Brasil quadruplicou em quatro anos, subindo de 500 mil em 2018 para 2,2 milhões em 2022, conforme dados do IPEC. Pesquisas indicam que quase 20% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos já experimentaram o vape, e aproximadamente 17% dos estudantes de 13 a 17 anos também já utilizaram o dispositivo, segundo levantamento do IBGE.
Jaqueline Scholz, da diretoria do Núcleo de Tabagismo do Incor, menciona que a falta de consciência sobre os riscos à saúde é crítica entre os jovens. A intoxicação por nicotina proveniente do cigarro eletrônico pode ser tão prejudicial quanto a do cigarro tradicional, influenciando negativamente na saúde e ocasionando dependência.
Substâncias tóxicas presentes no vape
Estudo da Universidade Federal de Santa Catarina em colaboração com a Polícia Científica identificou que os vapes contêm diversas substâncias tóxicas. Entre elas, está a octodrina, semelhante à anfetamina, além de outras substâncias já conhecidas como prejudiciais, como glicerol, propilenoglicol e formaldeído. Essas substâncias são reconhecidas por seu potencial cancerígeno e pela capacidade de causar dependência.
Alerta para o futuro
A crescente popularidade dos cigarros eletrônicos entre os jovens brasileiros é preocupante, exigindo maior atenção das autoridades e ações educativas para alertar sobre os riscos associados ao seu uso. Embora o cigarro eletrônico seja comercializado como uma alternativa inofensiva, evidências científicas desafiam essa ideia, destacando a urgência de esforços coordenados para reduzir seu uso entre a população jovem e proteger a saúde pública. A história de Diego serve como um lembrete trágico das possíveis consequências do uso de vapes, sublinhando a necessidade de conscientização e regulamentação mais eficazes.