O caso da morte trágica de Diego Paiva dos Santos, filho do ex-jogador de futebol Serginho e da designer Lia Paiva, trouxe à tona preocupações significativas sobre o uso de cigarros eletrônicos entre os jovens. Diego faleceu aos 20 anos, no dia 7 de agosto, após ser infectado por uma bactéria que levou a uma septicemia. A família atribui o enfraquecimento de seu pulmão ao uso do cigarro eletrônico, também conhecido como vape.
O que são cigarros eletrônicos?
Os cigarros eletrônicos são dispositivos que vaporizam uma solução líquida, geralmente contendo nicotina, e aromatizantes. Diferente dos cigarros tradicionais, os vapes não queimam tabaco; em vez disso, eles utilizam um mecanismo de aquecimento para criar um vapor inalável. Estes dispositivos ganharam popularidade, especialmente entre os jovens, por serem vistos como uma alternativa menos prejudicial ao tabaco convencional.
Ainda que frequentemente posicionados como menos nocivos, os cigarros eletrônicos não estão isentos de riscos. A inalação dos componentes químicos presentes nos líquidos de vape pode levar a problemas respiratórios e cardiovasculares. Em alguns casos, o uso excessivo está associado a lesões pulmonares agudas e condições crônicas que podem culminar em complicações graves, como demonstrado no caso de Diego.
Em relatos de hospitais, médicos revelam que os pacientes apresentam sintomas como tosse persistente, falta de ar e dores torácicas, condições que podem evoluir para quadros mais severos como infecções generalizadas. No caso de Diego Paiva, a infecção inicialmente localizada no ombro se espalhou rapidamente devido à vulnerabilidade de seu sistema respiratório.
A origem da bactéria e o papel do cigarro eletrônico
Segundo Lia Paiva, a infecção que culminou na morte de seu filho teve início em uma bactéria possivelmente contraída durante aulas de jiu-jitsu, alojando-se inicialmente no ombro. No entanto, o uso contínuo do cigarro eletrônico é visto como um fator que impactou negativamente a capacidade de resposta imunológica do pulmão de Diego, complicando o quadro clínico e resultando em um infarto pulmonar fatal.
Reações e questionamentos à indústria do tabaco
A tragédia vivida pela família Paiva reacendeu questionamentos sobre a segurança dos cigarros eletrônicos e as responsabilidades da indústria do tabaco em relação à saúde pública. A Philip Morris Brasil, uma das maiores empresas do setor, foi contatada mas ainda não emitiu uma declaração oficial sobre o caso específico de Diego ou sobre possíveis precauções necessárias no consumo de seus produtos.
O relato de Lia Paiva nas redes sociais trouxe um alerta urgente para pais e jovens sobre os riscos envolvidos no uso de vapes. A perspectiva de que os dispositivos possam ser menos nocivos está sendo cada vez mais questionada por profissionais de saúde, que pedem por regulamentações mais rígidas e campanhas de conscientização.
O aumento dos casos graves associados ao uso de cigarros eletrônicos coloca pressão sobre a necessidade de políticas públicas que regulamentem a venda e a propaganda desses produtos entre jovens. Especialistas em saúde pública defendem que estratégias educacionais têm papel crucial para informar sobre os reais riscos do uso de vapes, além da criação de ambientes que desencorajem o uso entre adolescentes.