foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES
Na manhã de 10 de outubro, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) executou uma operação que culminou na desarticulação de uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas, atuando principalmente junto a servidores e terceirizados do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação, denominada Operação Shadow, ocorreu nos bairros de Samambaia, Ceilândia e Águas Lindas e contou com a participação de cerca de 50 policiais, incluindo a equipe da Divisão de Operações Especiais (DOE).
Investigação e Desarticulação da Quadrilha
A operação foi resultado de aproximadamente um ano de minuciosas investigações. Durante esse período, os investigadores identificaram quatro principais alvos que eram fundamentais para o funcionamento do esquema criminoso. A quadrilha realizava suas transações através de grupos de WhatsApp, valendo-se de múltiplos endereços para complicar o trabalho da polícia e evitar sua detecção.
- Alvo 1: Um homem de 34 anos que servia como intermediário na logística de distribuição das drogas, possuindo antecedentes por violência doméstica e lesão corporal.
- Alvo 2: Um homem de 37 anos, com registros desde 2009 relacionados ao tráfico e porte de drogas, sendo um dos principais fornecedores do grupo.
- Alvo 3: Um jovem de 23 anos residente em Águas Lindas, conhecido por usar diversos endereços como estratégia para despistar a polícia. Ele tem histórico de porte de entorpecentes.
- Alvo 4: Um homem de 36 anos, morador de Ceilândia, que mesmo cumprindo prisão domiciliar permanecia ativo na organização. Seu histórico criminal inclui roubo e porte de arma.
Os suspeitos enfrentam acusações de tráfico de drogas e associação ao tráfico, crimes cujas penas podem chegar até 15 anos de prisão.
O Papel do STF e a Reação Institucional
O nome da operação, Shadow, refere-se à maneira furtiva com que a quadrilha operava, permanecendo aparentemente fora do alcance da lei. De acordo com comunicado oficial do STF, a instituição tem colaborado de forma diligente com as investigações, fornecendo informações sempre que solicitado. O tribunal ressaltou que a investigação policial se concentra em atividades que ocorreriam em um estacionamento adjacente à Corte, não pertencente ao STF.
A administração do Supremo tentou diversas vezes regularizar este estacionamento, buscando assumir seu controle para facilitar a supervisão das atividades no local. No entanto, essas tentativas foram frustradas devido à falta de autorização por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O STF também enfatizou que não há registros de envolvimento de seus servidores nos crimes investigados.
Repercussão e Próximos Passos
A operação causou um impacto significativo na sociedade, dado o envolvimento de locais nas imediações de uma das principais instituições do país. A desarticulação desse grupo criminoso é vista como um passo importante na luta contra o tráfico de drogas em áreas sensíveis e de grande influência. As investigações devem prosseguir para identificar possíveis outros envolvidos e prevenir que redes criminosas similares se estabeleçam.
A ação da PCDF foi amplamente coberta pela mídia e recebeu atenção pública. O caso serve como um alerta sobre a complexidade do tráfico de drogas e a necessidade contínua de vigilância e combate pelas autoridades competentes.