Foto: Klaus Silva/TJSP
O julgamento do empresário Paulo Cupertino Matias continua a movimentar os tribunais brasileiros. Acusado do assassinato de Rafael Miguel, um jovem ator famoso por seus papéis na televisão, e dos pais do ator, o caso vem ganhando destaque por suas complexidades jurídicas e emocionais. Os crimes, ocorridos em junho de 2019 na Zona Sul de São Paulo, geraram uma série de questões sobre a índole violenta do réu e o impacto das emoções familiares nos atos criminosos.
O Crime e as Circunstâncias Envolvidas
Na fatídica tarde de 9 de junho de 2019, Rafael Miguel, de 22 anos, e seus pais foram assassinados a tiros diante da casa de sua namorada, Isabela Tibcherani. Segundo a acusação do Ministério Público, Cupertino disparou 13 vezes, matando as vítimas por motivo fútil: o ciúme que sentia do relacionamento da filha, na época com 18 anos, com Rafael. O empresário, que está preso e enfrenta acusações de triplo homicídio qualificado, buscou expor sua versão dos acontecimentos, alegando inocência durante procedimentos legais até o momento.
Processo Judicial e Anulação de Julgamento
Em um julgamento iniciado no início de 2023 no Fórum Criminal da Barra Funda, imprevistos resultaram na anulação do procedimento. Cupertino, insatisfeito com a sua representação legal, decidiu destituir seu advogado durante a sessão, pausando o julgamento. A justiça brasileira não permite que réus sejam julgados sem defesa competente, circunstância que levou o magistrado a dissolver temporariamente o Conselho de Sentença. Agora, um novo júri deverá ser agendado, com novas escolhas de jurados e reinício dos depoimentos de testemunhas.
Testemunhas Chave e Evidências
O tribunal ouviu testemunhas fundamentais, incluindo Vanessa Tibcherani, ex-esposa de Cupertino, que estava presente no local do crime. Vanessa reiterou a culpa do ex-marido, enquanto a filha, Isabela, pediu para depor sem a presença de Cupertino no plenário. As câmeras de segurança registraram toda a ação, capturando momentos de horror que corroboram os depoimentos das testemunhas oculares, mas a defesa insiste na possibilidade de outra pessoa ter cometido o crime.
A Fuga e a Captura de Cupertino
Após o massacre, Cupertino conseguiu evitar a prisão por quase três anos, vivendo sob identidades falsas. Seus movimentos foram registrados em diversos estados brasileiros e até em países vizinhos, permitindo uma ampla investigação conduzida pela Polícia Civil. Ele foi finalmente capturado em 2022, em um hotel na capital paulista, fato que trouxe alívio parcial aos familiares das vítimas.
Os Outros Envolvidos e o Futuro do Processo
Além de Paulo Cupertino, o processo judicial inclui os réus Eduardo Jose Machado e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora, acusados de ajudarem o empresário em sua fuga. Ambos se defendem negando envolvimento direto nas ações de Cupertino. O futuro do julgamento deverá abordar as responsabilidades desses indivíduos e o papel que desempenharam na facilitação do crime. Os desdobramentos legais e emocionais do caso Rafael Miguel continuarão a ser um ponto focal na mídia e no sistema judiciário de São Paulo.