Na última semana, um trágico incidente em Marselha, cidade localizada no sudeste da França, chocou o país e chamou a atenção para o crescente envolvimento juvenil no tráfico de drogas. Um adolescente de 15 anos foi brutalmente assassinado, esfaqueado 50 vezes e depois queimado vivo, em um caso classificado como de “selvageria sem precedentes” pelo promotor local, Nicolas Bessone.
Marselha, a segunda maior cidade francesa, além de enfrentar desafios econômicos, tem sido um campo de batalha de violência associada ao tráfico de drogas. Nos últimos anos, a cidade mediterrânea tem testemunhado um acirramento na disputa territorial entre diferentes clãs que almejam o controle do lucrativo mercado de entorpecentes.
Como os Jovens Estão Sendo Recrutados?
A tragédia recente destacou uma alarmante tendência: recrutar jovens através das redes sociais para práticas criminosas. O adolescente de 15 anos foi cooptado por um homem de 23 anos, já condenado por crimes, para um “trabalho” que consistia em intimidar um rival, incendiando a porta de seu apartamento. A missão, que renderia ao jovem 2 mil euros, acabou em tragédia quando ele foi surpreendido e morto por uma gangue rival.
A perda de referências e a falta de orientação adequada são aspectos destacados pelo promotor Bessone. Ele enfatizou o papel corrosivo das redes sociais que encorajam esses jovens a aceitarem ofertas para crimes hediondos sem qualquer remorso ou ponderação. O número de assassinatos relacionados ao narcotráfico em Marselha já chega a 17 no ano, agravando o panorama de violência urbana na cidade.
Quais as Repercussões desses Acontecimentos?
Um desenvolvimento perturbador no caso foi que o mesmo criminoso que recrutou o adolescente assassinado, posteriormente contratou um jovem de 14 anos para vingar sua morte, oferecendo 50 mil dólares. Durante sua tentativa de execução, o segundo adolescente acabou matando um inocente, um motorista de transporte privado, que se negou a colaborar com o ato. Este é o primeiro caso de vítima colateral do ano, conforme relatado pelas autoridades.
As redes sociais, que deveriam ser meios de comunicação e interação social, tornaram-se plataformas de recrutamento para o crime organizado. Jovens cada vez mais novos respondem a anúncios sem compreender plenamente as consequências de suas ações, carregando armas e destruindo vidas.