O ex-primeiro-ministro holandês Mark Rutte tomou posse como secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nesta terça-feira, 1º de outubro. A cerimônia de posse ocorreu na sede da entidade, em Bruxelas, na Bélgica, e marcou o início de uma nova era para a Aliança Transatlântica.
Rutte sucede o norueguês Jens Stoltenberg e enfrenta importantes desafios, como manter a unidade da OTAN em meio à guerra na Ucrânia e lidar com uma eleição presidencial americana, que pode ter impactos significativos nos planos de defesa e investimentos dos EUA.
Qual é o papel da OTAN?
A OTAN, fundada em 1949, surgiu com o objetivo de dissuadir a União Soviética de atacar a Europa. Se necessário, a entidade também seria responsável pela defesa do bloco. Desde então, a OTAN tem desempenhado um papel central nos assuntos internacionais. “Temos de garantir que a Ucrânia vença como uma nação soberana, independente e democrática”, afirmou Mark Rutte aos jornalistas presentes na sede em Bruxelas.
Mark Rutte e as eleições nos Estados Unidos
Mark Rutte minimizou as preocupações em relação às próximas eleições nos Estados Unidos, afirmando: “Não estou preocupado. Conheço ambos os candidatos muito bem.” Rutte ressaltou seu relacionamento com ambos os candidatos, destacando a colaboração com Donald Trump, que incentivou um aumento nos gastos com defesa, e o respeito por Kamala Harris. “Poderei trabalhar com ambos,” disse ele.
Como será o relacionamento com Putin?
Em 29 de setembro, Rutte já havia declarado que o presidente russo, Vladimir Putin, “deve perceber” que a OTAN não “cederá” no apoio à Ucrânia. “Devemos nos concentrar no esforço de guerra,” afirmou. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu de forma positiva, expressando desejo de trabalhar “efetivamente” com Rutte para aproximar Kiev da adesão à Aliança.
Mark Rutte segue a mesma linha de seu antecessor, focando em reunir apoio à Ucrânia, pressionar os 32 países membros a aumentarem o financiamento para defesa e manter o envolvimento dos EUA na segurança europeia. As eleições presidenciais americanas podem ser cruciais para os planos de Rutte, considerando a posição de Donald Trump em relação à OTAN.
Recentemente, a inclusão de Suécia e Finlândia à OTAN garantiu a ambos os países o princípio da defesa comum de todos os membros da organização. A OTAN também reforçou seu flanco oriental e revisou os planos de defesa para se adaptar a um possível ataque russo – um risco que não parecia tão concreto desde o fim da Guerra Fria. No entanto, Moscou vê a OTAN como uma ameaça à segurança da Rússia.