Goiânia – Em uma ação de legítima defesa, a delegada titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis, Aline Lopes, precisou disparar contra um homem suspeito de estuprar a própria filha. O incidente ocorreu na tarde de sexta-feira (27/9) nas instalações da delegacia, no Bairro Jundiaí.
O suspeito tentou impedir que uma testemunha pegasse documentos para registrar uma denúncia contra ele. Na ausência de um policial disponível, a delegada Aline Lopes teve que confrontar o homem quando ele tentou arrastar a filha – uma adolescente de 14 anos – para fora da delegacia.
O que aconteceu na delegacia?
A denúncia de abuso sexual estava sendo processada pelo Conselho Tutelar, com a presença da vítima, da mãe da adolescente e de uma testemunha. Quando o suspeito tentou retirar a adolescente à força, a delegada interveio com sucesso, resgatando a garota e levando-a para um local seguro dentro da delegacia.
De acordo com a delegada, o homem estava na praça em frente à delegacia e, ao ver a testemunha indo pegar seus documentos no carro, ele avançou em direção a ela, mesmo após repetidas advertências para que se mantivesse afastado. Para conter a situação, a delegada efetuou um disparo na perna do suspeito.
Legítima defesa ou medida extrema?
“Ele continuou vindo na nossa direção. Quando ele chegou bem próximo de nós, falou para eu atirar nele, seguindo na direção da testemunha. Depois de muito verbalizar, efetuei um disparo na região da perna dele para fazer com que ele não agredisse nem a mim nem a ela. O socorro foi acionado e a Corregedoria da Polícia Civil também”, afirmou a delegada Aline Lopes.
Ação em legítima defesa
A delegada explicou que a ação foi necessária para impedir uma agressão iminente e pôr fim à ameaça. “Legítima defesa é impedir que a agressão continue e que ela cesse. Aquele tiro foi o suficiente para que ele não conseguisse o que estava querendo, que era agredir a testemunha, mesmo após diversas advertências”, afirmou.
O homem foi autuado em flagrante por coação no curso do processo, pois tentou impedir que a filha o denunciasse. Ele foi encaminhado para um hospital sob custódia e será preso assim que tiver alta, informou a delegada. Além disso, o suspeito será investigado pelo crime de estupro de vulnerável.
A mãe e a adolescente sofrem de problemas mentais, e a suspeita de abuso veio à tona quando a adolescente relatou os fatos a uma vizinha. A polícia está ainda investigando os detalhes do caso e o que levou o homem a tentar impedir a investigação. A integridade e segurança da vítima são prioridades no andamento desse processo.