Foto: Luís Gustavo Graça / TV Clube
No último final de semana, mais de 40 pessoas foram vítimas de queimadura por caravelas-portuguesas em Luís Correia, no litoral do Piauí. Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade, os incidentes foram registrados nas praias da região em um intervalo de apenas 24 horas. A técnica de enfermagem Jaquelline Soares alertou moradores e turistas sobre os riscos, principalmente para crianças.
Conforme Jaquelline, os animais estão tanto na água quanto na areia da praia, exigindo dos banhistas maior atenção e cuidado. Equipes do Corpo de Bombeiros foram enviadas às praias de Atalaia, Coqueiro, Peito de Moça, Itaqui, Arrombado, Carnaubinha, Maramar e Macapá para alertar as pessoas sobre a presença desses animais marinhos.
Mais de 40 pessoas foram vítimas de queimadura por águas-vivas do tipo caravela-portuguesa no litoral do Piauí em 24 horas — Foto: Reprodução
Por que as Caravelas-Portuguesas estão aparecendo no litoral?
A presença das caravelas-portuguesas, também conhecidas como águas-vivas do tipo caravela, é uma preocupação constante para veranistas e moradores do litoral piauiense. Esses seres marinhos têm um capacidade de causar queimaduras dolorosas, o que tornou o alerta do Samu ainda mais urgente.
Cuidados necessários para evitar queimaduras
Para evitar queimaduras por caravelas-portuguesas, é importante seguir algumas recomendações de segurança:
- Evite o banho de mar em áreas onde esses animais foram avistados.
- Use roupas de proteção ao caminhar na areia, uma vez que as caravelas podem estar espalhadas pelo chão.
- Informe-se com os salva-vidas sobre a presença desses animais na área.
Avanço da maré: Mais um desafio para o litoral do Piauí
A maré alta, conhecida como ressaca do mar, também trouxe desafios adicionais ao litoral de Luís Correia. A subida da maré começou na última terça-feira (17) e já causou a destruição de mais de 15 barracas nas praias de Maramar e Macapá. A previsão é de que a situação se prolongue até domingo (22).
A proprietária Clécia Oliveira relatou ao g1 a perda de três vãos de sua barraca. “A maré chegou até a cozinha da barraca de um vizinho nosso. A destruição foi feia. Eu perdi cerca de 70% da minha barraca, que tem uma extensão de 50 metros, de um lado a outro, em frente à praia,” contou Clécia.
Ressaca faz maré avançar e destruir barracas nas praias de Maramar e Macapá, no Piauí — Foto: Reprodução
Intervenção humana no meio ambiente
Conforme explicou a bióloga Liliana Souza, o avanço da maré sofre influência não só da lua, mas também da intervenção humana na natureza. A retirada da vegetação costeira e a ocupação irregular contribuem para a erosão marinha, exacerbando os danos causados pelas ressacas.
Devido à especulação imobiliária e às ressacas naturais, a população local se vê obrigada a recuar as construções no litoral. Liliana defende a elaboração de um projeto de contenção da erosão marinha, que poderia ser conduzido pelo poder público para mitigar esses problemas.
A situação é acompanhada de perto pela prefeitura de Luís Correia e pela Comissão Ilha Ativa. Enquanto as soluções não chegam, é fundamental que moradores e turistas estejam cientes dos riscos e tomem as devidas precauções para proteger a sua saúde e propriedades.