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Desde janeiro de 2023, Bruno Fernandes das Dores de Souza, ex-goleiro do Flamengo, está em liberdade condicional após decisão da justiça do Rio de Janeiro. A partir desta determinação, ele não é mais obrigado a obedecer a restrição de horário para ficar fora de sua casa. Atualmente, Bruno deve se apresentar de três em três meses a agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado. Ele cumpre pena de 22 anos e três meses de prisão por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio.
Além disso, Bruno foi condenado pelo sequestro do filho do casal, Bruninho, que tinha apenas quatro meses na época do crime. O caso Eliza Samudio chocou o Brasil e ainda provoca discussões e reflexões sobre o sistema de justiça, a violência contra a mulher e a responsabilidade de figuras públicas.
Relembre o caso: o desaparecimento de Eliza Samudio
Há 13 anos, Eliza Samudio desapareceu e até hoje seu corpo nunca foi encontrado. A modelo tinha 25 anos e mantinha um relacionamento amoroso com Bruno, em 2009, quando ele jogava como goleiro titular no Flamengo e era casado. Dessa relação extraconjugal, Eliza engravidou e teve uma criança, mas Bruno não reconhecia a paternidade.
Em 2009, um ano antes do sumiço, Eliza registrou uma queixa contra o jogador em uma delegacia da mulher, no Rio de Janeiro. Ela acusava Bruno de tê-la agredido, ameaçado e obrigado a tomar medicamentos para abortar. Conforme a denúncia, Eliza e o filho foram levados à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, na cidade de Esmeraldas, em Minas Gerais.
Eliza Samudio foi mantida em cárcere privado?
No sítio de Bruno, Eliza foi mantida em cárcere privado. O motivo da viagem seria uma promessa de que o goleiro daria à mulher um apartamento e o reconhecimento da paternidade da criança. As agressões à Eliza teriam começado antes mesmo dela chegar ao sítio. No local, ela ficou por alguns dias, até que foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”. O homem a teria asfixiado e desaparecido com o corpo.
As consequências do julgamento
O julgamento aconteceu em 2013 e, a partir das provas levantadas, a justiça concluiu que Eliza foi morta em 10 de junho de 2010. Além de Bruno, outras pessoas acusadas de participação no crime foram ao tribunal. A ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues, foi inocentada, enquanto Macarrão, braço direito do goleiro, e Fernanda de Castro, ex-namorada de Bruno, foram condenados. “Bola” foi condenado a 22 anos de prisão.
Bruno após a condenação: recomeços e polêmicas
Mesmo após a condenação, Bruno continuou com a carreira de goleiro. Em 2014, ele assinou com o Montes Claros Futebol Clube, enquanto cumpria pena em regime fechado, mas foi impedido de entrar em campo. Posteriormente, ele jogou no Boa Esporte, Poços de Caldas e Rio Branco. O atleta encerrou a carreira profissional oficialmente em 2021, no Atlético Carioca.
Bruno ainda enfrenta críticas e polêmicas quanto à sua retomada na vida profissional e pessoal. O caso trouxe à tona debates importantes sobre a violência contra a mulher e a responsabilização de atletas e figuras públicas. Até hoje, o destino de Eliza Samudio e o impacto do caso em todos os envolvidos é um lembrete trágico dos extremos a que podem chegar as relações abusivas e a desumanidade.
- Bruno Fernandes das Dores de Souza: ex-goleiro do Flamengo, condenado por homicídio e sequestro.
- Eliza Samudio: modelo assassinada, cujo corpo nunca foi encontrado.
- Bruninho: filho do casal, criado pela avó materna.
- Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”: ex-policial condenado pelo assassinato de Eliza.
O caso Eliza Samudio não é apenas uma tragédia pessoal, mas também um símbolo da luta contra a impunidade e a violência de gênero no Brasil. Cada novo capítulo na vida de Bruno é observado de perto pela sociedade, que busca justiça e mudanças em como lidamos com a violência contra a mulher.