O principal líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), João Pedro Stedile é um dos cotados para assumir o Ministério do Desenvolvimento Agrário, responsável pela implementação das políticas públicas voltadas a reforma agrária e a promoção do desenvolvimento sustentável e o fortalecimento do segmento rural constituído pelos agricultores familiares.
Em entrevistas recentes, Stedile chegou a afirmar que, com a eleição de Lula, as chamadas “mobilizações de massa” retornariam, como ocupações irregulares e as invasões de propriedade privada, que são criminosas. “É quando a classe trabalhadora recupera a iniciativa na luta de classes, então ela passa a atuar na defesa de seus direitos da mínima forma, fazendo greves, fazendo ocupações de terra, ocupações de terreno, mobilizações, como foi naquele grande período de 78 a 89”, disse.
Essa retomada das invasões de fazendas representaria uma interrupção na série histórica de queda de ocupações ilegais de imóveis rurais. Nos dois mandatos de Lula (2003-2010), a média foi de 246 ocupações ao ano, ou 1.968 no período. No governo do presidente Jair Bolsonaro, o Incra informa que foram nove invasões por ano.
A chegada de Stedile ao Desenvolvimento Agrário pode apresentar um retrocesso com relação às invasões de propriedade privadas, já que o atual presidente entregou quase 500 mil títulos de terra para famílias assentadas, o que desmobilizou as ocupações do MST.