PCDF/Divulgação
A comunidade de João Miguel da Silva Souza, um menino de 10 anos encontrado morto, está tomada pela tristeza e busca incessantemente por respostas. Na sexta-feira, a mãe do garoto foi presa por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), mas as autoridades asseguraram que a detenção não tem relação direta com o crime contra João Miguel. Ela estava foragida há cinco meses por tráfico de drogas. Durante esse período, familiares e vizinhos mantêm a esperança de justiça.
Desaparecimento e encontrar
João Miguel desapareceu há 12 dias, e a busca intensa por ele terminou de forma trágica. Após 15 dias de angústia, seu corpo foi encontrado em uma fossa. A polícia trabalha na hipótese de que o menino tenha sido asfixiado e a detenção da mãe trouxe mais complexidade ao caso. A comunidade local e os familiares clamam por justiça e querem descobrir quem foi o responsável por essa crueldade.
Na tarde de ontem, a equipe do Correio Brasiliense esteve no local onde João Miguel vivia, numa comunidade no Setor de Inflamáveis em Brasília. As condições precárias e o ambiente de insegurança dominam a região. Cada canto esconde uma história, e, infelizmente, agora, uma tragédia.
Quem cometeria um crime contra uma criança?
A delegada Bruna Eiras, chefe da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), revelou que a causa exata da morte ainda não pode ser determinada devido ao avançado estado de decomposição do corpo. Contudo, a principal suspeita dos investigadores é que João Miguel tenha sido morto por asfixia. O garoto pode ter sido mantido cativo, e essa linha de investigação não é descartada.
A vida na comunidade sempre foi de apreensão, mas a perda de João Miguel exacerbou os sentimentos de impotência e medo. Rafaela Santos da Silva, tia do menino, relata que todos estão devastados. “A gente tem fé e não pensa, jamais, em fazer justiça com nossas próprias mãos, mas nós queremos que a pessoa que fez isso pague pelo crime que cometeu.” O ambiente reflete um coletivo abalado e imensamente triste.
13/09/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Corpo é encontrado em bueiro, enrolado em lençol, no Lúcio Costa(foto: Ed Alves/CB/DA.Press)
Como era o João Miguel?
João Miguel era um menino conhecido pelo seu carisma e energia. Valdeci Santos, vizinho da família, lembra do garotinho frequentemente em sua casa, enchendo os pneus da bicicleta. “Ele passava por aqui todos os dias. Minha esposa vende dindin e ele sempre chamava no portão. Era um menino inteligente e tranquilo, a gente não esperava receber essa notícia”, diz Valdeci.
- Criança ativa e alegre: João Miguel era descrito como um menino que vivia brincando e interagindo com todos na vizinhança.
- Longe da escola: Desde o ano passado, o garoto não frequentava a escola por falta de vaga.
- Vida na rua: Passava os dias brincando na rua com amigos e era querido por todos.
Enterro e despedida
O velório de João Miguel será amanhã, às 14h, no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Em um gesto de solidariedade, uma empresa funerária se ofereceu para cobrir todos os custos. A família pede para que todos compareçam vestidos com camisetas estampadas com o rosto do menino. Essa é uma maneira de manter viva a memória daquele que, infelizmente, partiu cedo demais.
A dor da perda é intensificada pela angústia de não ter respostas, mas a família de João Miguel se mantém confiantes na investigação. “A gente quer confiar na justiça, mas queremos respostas urgentemente,” deixa claro Rafaela, sua tia.
Os investigadores pedem para que qualquer pessoa com informações entre em contato através do número 197. A denúncia é anônima e pode ser crucial para esclarecer o caso.
Até que se encontre uma resolução, a comunidade lembrará de João Miguel como “um bom garoto” que teve sua vida interrompida de forma brutal e injusta.