Um acontecimento impressionante ocorreu em setembro de 2023, quando um megatsunami na Groenlândia gerou ondas sísmicas que puderam ser detectadas ao redor do mundo. Tudo isso foi causado por um deslizamento de terra no Fiorde Dickson, conforme relatado em um estudo recente publicado na revista The Seismic Record.
Esses eventos foram liderados por Angela Carrillo-Ponce, do Centro Alemão de Geociências (GFZ). O estudo conseguiu identificar dois sinais sísmicos distintos: um de alta energia, originado pelo deslizamento de terra, e outro de longo período, que durou mais de uma semana.
Como um Megatsunami na Groenlândia Gerou Ondas Estacionárias
O megatsunami resultou em uma “seiche”, uma onda estacionária que permaneceu oscilando no fiorde durante vários dias. Essa descoberta é essencial para compreendermos melhor os riscos inerentes aos deslizamentos de terra em áreas vulneráveis a mudanças climáticas, como a Groenlândia.
Dependendo da faixa de frequência filtrada, a queda de rochas que desencadeou o tsunami pode ser observada como um único pico. Isso demonstra a magnitude e o impacto do evento, além de levantar questionamentos sobre a possibilidade de outros megaeventos semelhantes no futuro.
Quais são os impactos desses achados para o monitoramento climático?
A análise detalhada deste evento, que capturou dados sísmicos a até 5.000 km de distância, sugere novos métodos de monitoramento para eventos semelhantes. Esses achados são vitais para prever os efeitos de deslizamentos de terra em regiões onde o aquecimento global e a perda de gelo tornam as encostas rochosas e geleiras instáveis.
Para se ter uma ideia do impacto, um exemplo anterior é o tsunami de 2017 no Fiorde Karrat, que devastou a aldeia de Nuugaatsiaq, matando quatro pessoas. Esse histórico trágico coloca ainda mais em evidência a importância de monitorarmos esses eventos sísmicos de maneira mais precisa e abrangente.
Quais foram os métodos utilizados no estudo?
O estudo combinou uma variedade de técnicas para rastrear e analisar o evento:
- Sinais sísmicos: Para detectar a atividade e a magnitude do deslocamento de terra.
- Imagens de satélite: Para visualizar e confirmar o deslizamento de rocha e gelo.
Essas técnicas foram fundamentais para identificar que o megatsunami elevou as águas a mais de 200 metros no ponto de entrada, um dado absolutamente impressionante.
Os achados proporcionam um novo entendimento sobre os riscos de deslizamentos de terra em áreas sensíveis ao clima. O aquecimento global vem agravando a instabilidade das geleiras e encostas rochosas, tornando estudos como este indispensáveis para a prevenção de desastres naturais.
Essas pesquisas e monitoramentos são não apenas fundamentais para prever futuros eventos, mas também para estabelecer planos de mitigação e resposta rápida, protegendo vidas e minimizando danos.