A insatisfação com os rumos políticos do Brasil está turbinando o interesse nas mudanças para Portugal. A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva e a volta do PT ao poder aumentou ainda mais essa busca por novos ares fora do país. Dados da plataforma Google Trends apontam que o volume de pesquisas para os termos “mudar para Portugal” e “como morar em Portugal” disparou em 3 de outubro, dia seguinte à eleição presidencial.
“A demanda pelo nosso serviço aumentou 300% em dois dias, tanto no domingo quanto na segunda-feira. Foram dias de muito trabalho”, disse o advogado Maurício Gonçalves, que está em Portugal há 22 anos atuando nos setores de imigração e nacionalidade portuguesa.
O especialista compara dizendo que, em 2018, quando iniciou o governo de Jair Bolsonaro (PL), a procura reduziu de forma considerável. “Naquele período, as pessoas tiveram mais esperança pelo Brasil, mas agora voltou a aumentar muito a busca por residir no território português”, declarou.
No último domingo (30), além do encerramento do pleito no Brasil, entrou em vigor também as novas regras de concessão para o visto de trabalho em Portugal. As medidas garantem que brasileiros tenham a oportunidade de encontrar emprego em um prazo de 120 dias, podendo ser prorrogado por mais 60.
Caso essas pessoas consigam um trabalho, podem pedir depois a autorização de residência para regulamentar a moradia no país. Mas se não encontrarem um emprego durante esse período, precisam sair do país e esperar um ano para solicitar um novo visto.
Diante disso, Maurício Gonçalves orienta que o ideal é se preparar para fazer o pedido, buscar vagas, enviar currículos e mostrar que tem disponibilidade para ir até a empresa e, assim, conseguir um trabalho efetivo dentro do prazo.
Ter um apoio jurídico de qualidade, pode ser crucial também para a inserção profissional. A mentoria auxilia no atendimento com o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e prepara o requerente para todo o processo. O advogado lembra que além do preparo para a solicitação do visto, é necessário cumprir alguns requisitos.
“Não pode ter condenação criminal igual ou superior a três anos. É preciso apresentar passagem de retorno, plano de saúde ou PB4 (acordo internacional entre Portugal e Brasil) e comprovar meios de subsistências. A exigência é de que o pretendente tenha também pelo menos um salário-mínimo por três meses, equivalente a € 2105”, conclui.
Créditos: Conexão Política.
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