Uma descoberta surpreendente foi realizada no Cemitério Royton, localizado em Oldham, na Grande Manchester: um túmulo coletivo foi encontrado contendo mais de 300 corpos. A maioria das vítimas eram bebês natimortos e crianças pequenas, o que trouxe à tona práticas antigas de enterro e levantou questões significativas sobre os cuidados com esses corpos no passado.
A revelação foi feita por uma mulher que, em busca de seus irmãos gêmeos falecidos em 1962, encontrou o túmulo com a ajuda da vereadora Maggie Hurley. O zelador do cemitério, portando um grande livro dourado com registros dos falecidos, orientou a mulher até o local da sepultura.
Quantos Bebês Não Identificados Estão Enterrados em Túmulos Não Marcados?
Após a descoberta, Hurley também revelou outros quatro túmulos coletivos no cemitério, contendo centenas de corpos de crianças em várias seções, tanto católicas quanto protestantes. Isso levanta uma questão preocupante: quantos bebês não identificados podem estar enterrados em túmulos não marcados por todo o país? A mulher foi informada que um de seus irmãos estava no túmulo coletivo, mas não estava sozinho.
Impacto Emocional nas Famílias Afetadas
A situação foi especialmente devastadora para as famílias que descobriram a verdade sobre os enterros de seus entes queridos. A vereadora Maggie Hurley falou ao jornal britânico The Independent sobre a profundidade emocional desse caso: “Essa é a situação mais difícil que já enfrentei como vereadora. Passei por todas as emoções, desde raiva até devastação completa.”
Um exemplo doloroso inclui três irmãs que sempre acreditaram que seu irmão havia sido enterrado junto a uma “boa senhora”. Na verdade, ele estava em um túmulo coletivo com mais de 300 corpos, aprofundando ainda mais o sofrimento das famílias afetadas.
Como Funcionavam as Práticas Antigas de Enterro?
O caso chamou atenção para falhas no sistema de registros antigos, que não estavam disponíveis online. A líder do Conselho de Oldham, Arooj Shah, explicou que enterros não marcados de bebês e crianças eram comuns, pois os pais não eram consultados sobre os arranjos funerários.
O Que a Investigação Revelou?
Uma investigação detalhou que o túmulo coletivo em Royton continha:
- 146 bebês natimortos
- 128 bebês e crianças pequenas
- 29 adultos
Esta descoberta deixou a mulher que iniciou a busca profundamente comovida, sentindo uma perda e injustiça imensa.
Felizmente, houve uma evolução significativa nas práticas funerárias ao longo das décadas. Atualmente, o governo cobre os custos de funerais de bebês natimortos e de crianças até os 18 anos, se necessário. Túmulos públicos sem marcação não são mais utilizados, e os registros dos cemitérios são mantidos detalhadamente e acessíveis para consulta pelas famílias.
A ONG Sands destaca que, antes da década de 1980, os pais frequentemente não eram informados ou consultados sobre os arranjos funerários de seus bebês, resultando em muitos enterros não marcados e compartilhados. Hoje, existe um esforço contínuo para corrigir esses erros do passado e proporcionar um tratamento mais digno e compassivo.
Desde que a questão veio à tona, a vereadora Hurley tem pedido a instalação de placas comemorativas para homenagear as crianças enterradas, ajudando as famílias a encontrar conforto e um local para recordar seus entes queridos.