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Com a persistência da seca e a diminuição dos níveis dos reservatórios, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou em 30 de setembro de 2024 a retomada da bandeira tarifária vermelha. Essa decisão implica em um aumento nas tarifas de energia elétrica, afetando diretamente os consumidores a partir deste mês.
A reativação da bandeira vermelha resulta em um acréscimo de R$ 7,88 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Isto reflete a situação adversa da geração de energia elétrica no contexto atual da seca prolongada.
Impactos da Bandeira Vermelha na conta de luz
A medida tomada pela Aneel irá onerar consideravelmente as contas de luz dos brasileiros. Em média, uma residência urbana no Brasil consome entre 150 kWh e 200 kWh por mês, o que significa que o impacto desse aumento será sentido diretamente no bolso dos consumidores. A principal razão para a ativação da bandeira vermelha é o elevado custo de geração de energia atualmente, especialmente devido ao uso de usinas termelétricas.
A queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas força o acionamento das usinas termelétricas, que têm um custo de operação significativamente mais alto. Isso faz com que o preço da energia aumente, afetando toda a cadeia de consumo.
Seca influencia no aumento da Tarifa de Energia?
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), várias regiões do Brasil estão enfrentando a pior seca em 44 anos. A escassez de água reduz a geração de energia hidrelétrica, necessitando que usinas termelétricas sejam acionadas para suprir a demanda energética. Isso resulta em um custo de geração mais elevado, que acaba sendo repassado aos consumidores.
O último acionamento da bandeira vermelha pela Aneel ocorreu em agosto de 2021, durante uma outra crise hídrica. Em resposta a essa situação, a bandeira “escassez hídrica”, com tarifas mais altas, foi implementada em setembro de 2021 e permaneceu em vigor até abril de 2022, quando foi substituída pela bandeira verde.
Valores atualizados das Bandeiras Tarifárias
Em março de 2024, a Aneel revisou os valores das bandeiras tarifárias com reduções que chegam a 37%. Os novos valores são:
- Bandeira verde: sem custo adicional, aplicada em condições favoráveis de geração de energia.
- Bandeira amarela: redução de 37% no valor, com uma tarifa de R$ 18,85 por MWh, ou R$ 1,88 por 100 kWh.
- Bandeira vermelha patamar 1: redução de 31% no valor, com uma tarifa de R$ 44,63 por MWh, ou R$ 4,46 por 100 kWh.
- Bandeira vermelha patamar 2: redução de 20%, com uma tarifa de R$ 78,77 por MWh, ou R$ 7,88 por 100 kWh.
O que esperar nos próximos meses
A continuidade da seca e a persistente baixa nos níveis dos reservatórios de hidrelétricas indicam que a bandeira vermelha permanecerá ativa nos próximos meses. A utilização das usinas termelétricas durante os horários de pico, devido aos altos custos de operação, deve reforçar essa tendência.
Os consumidores devem se preparar para enfrentar tarifas de energia mais altas enquanto a situação hidrológica não melhorar. Adotar hábitos de economia de energia será essencial para minimizar o impacto financeiro.
Dicas para economizar energia durante a vigência da Bandeira Vermelha
Algumas ações práticas podem ajudar a reduzir o consumo de energia e, consequentemente, os gastos na conta de luz:
- Reduza o uso de ar-condicionado e aquecedores elétricos.
- Desligue aparelhos eletrônicos da tomada quando não estiverem em uso.
- Prefira lâmpadas de LED ao invés das incandescentes.
- Opte por aparelhos domésticos com selo de eficiência energética.
- Limite o tempo de uso do chuveiro elétrico e invista em modelos mais eficientes.
Adotar essas práticas pode ajudar a mitigar o impacto das tarifas mais elevadas, mantendo o consumo de energia sob controle durante o período de bandeira vermelha.