O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) formalizou a indicação do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC) nesta quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024. O anúncio foi realizado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Galípolo, que é o atual diretor de política monetária do BC, ainda precisa passar por uma sabatina no Senado Federal antes de assumir o novo cargo.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado será responsável por conduzir a sabatina, após a qual o indicado terá seu nome votado pelo plenário da Casa, em votação secreta. Caso seja aprovado, Galípolo sucederá Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em dezembro deste ano, conforme estipulado pela legislação.
Foto: Diogo Zacarias/MF
Quem é Gabriel Galípolo?
Galípolo é um economista com uma trajetória próxima ao presidente Lula. Durante a campanha presidencial e a transição do governo, ele atuou na equipe de Lula. Após a posse, ocupou a Diretoria de Política Monetária do Banco Central. Galípolo é formado em Ciências Econômicas e possui mestrado em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Suas credenciais incluem ainda uma passagem pela presidência do Banco Fator, entre 2017 e 2021. Na instituição, liderou estudos importantes, como os relacionados à privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Ele também já foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo e diretor de Estruturação de Projetos na Secretaria de Economia e Planejamento do Estado.
Quais os Desafios que Gabriel Galípolo Enfrentará no Banco Central?
Com a indicação de Lula, Gabriel Galípolo terá diversos desafios pela frente. Um deles é a manutenção da taxa de juros, uma responsabilidade sempre delicada e estratégica para a política econômica do país. Galípolo já expressou em várias ocasiões sua visão de que a taxa de juros deve ser uma decisão puramente técnica e econômica, distante de interferências políticas.
No início de agosto, ele afirmou que todos os diretores do BC, que têm poder de voto na definição da taxa, estão comprometidos em fazer o que for necessário para alcançar a meta de inflação. Essa postura de independência e responsabilidade é essencial para a confiança do mercado e para a condução da política monetária no Brasil.
Como Será a Transição de Roberto Campos Neto para Gabriel Galípolo?
A transição de Roberto Campos Neto para Gabriel Galípolo no comando do Banco Central deve ser cuidadosa e planejada. Campos Neto, que ocupa o cargo desde 2019, ficará à frente da instituição até dezembro. Durante este período, a indicação de Galípolo passará por todos os trâmites no Senado até a aprovação final.
Roberto Campos Neto é conhecido por sua postura técnica e pela implementação de reformas importantes para a modernização do sistema financeiro nacional. A expectativa é que Galípolo continue com essas reformas, acrescentando suas próprias experiências e conhecimentos ao mandato.
Relembre a Trajetória de Gabriel Galípolo
- Professor universitário na PUC-SP de 2006 a 2012, ministrando aulas nos cursos de graduação em Economia.
- Presidente do Banco Fator de 2017 a 2021, onde liderou estudos importantes como a privatização da Cedae.
- Ministrou aulas sobre parcerias público-privadas (PPPs) e concessões na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp).
- Chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo em 2007, durante o governo José Serra.
- Diretor de Estruturação de Projetos na Secretaria de Economia e Planejamento de São Paulo em 2008, ainda sob o governo tucano.
- Fundador da Galípolo Consultoria em 2009, onde trabalhou até sua chegada ao Ministério da Fazenda.
Essa rica trajetória e vasta experiência na área econômica são fatores que contribuem para a expectativa de uma gestão técnica e independente no Banco Central sob a liderança de Gabriel Galípolo.
Agora, resta aguardar os próximos passos desta indicação, que promete impacto significativo tanto no cenário político quanto econômico do Brasil.