Um novo estudo publicado no British Journal of Sports Medicine revela que o treinamento de resistência, como a musculação, pode ser o exercício físico mais benéfico para pessoas com diabetes tipo 2. A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Pernambuco, em parceria com a Staffordshire University, da Inglaterra, analisou a eficácia de diferentes tipos de exercícios na gestão da glicemia e no controle geral da saúde de pacientes com a condição, identificando o treino de força como a prática com mais vantagens.
O estudo comparou diferentes modalidades de exercícios, incluindo o aeróbico, como caminhar ou correr, e o anaeróbico, que envolve atividades de alta intensidade, caso da musculação. Após analisarem os pacientes ao longo de várias semanas, os cientistas concluíram que, apesar de todos os tipos de exercício terem seus benefícios, o treinamento de resistência se destacou ao oferecer melhorias mais significativas no controle dos níveis de açúcar no sangue, na redução da gordura corporal e no aumento da massa muscular magra.
Por que exercícios de resistência são cruciais para quem tem diabetes tipo 2?
Além disso, a equipe de pesquisadores revisou uma ampla gama de estudos anteriores, que incluíram desde sessões de musculação supervisionadas até atividades físicas moderadas. Eles concluíram que o treino de resistência também tem um impacto positivo na saúde cardiovascular, fortalecendo o coração e os vasos sanguíneos, e na saúde óssea, prevenindo a osteoporose, condição a que os pacientes são particularmente suscetíveis.
Ao fazer exercícios de resistência, os músculos consomem mais glicose como energia, o que ajuda a reduzir a quantidade de açúcar circulando pelo corpo. Além disso, a musculação aumenta a massa muscular, e quanto mais músculos, mais glicose o corpo pode queimar, mesmo em repouso.
Como o treino de resistência ajuda na gestão da glicemia?
Esses fatores são cruciais para a manutenção da saúde em pessoas com diabetes tipo 2, pois contribuem diretamente para a sensibilidade à insulina (hormônio responsável pela redução da glicose acumulada no sangue, a glicemia) e para a gestão do peso, dois aspectos fundamentais no tratamento da doença.
Um ponto importante levantado pelo estudo é que o treinamento de resistência pode ser adaptado às necessidades e capacidades de cada paciente, permitindo que mesmo pessoas com limitações físicas possam participar de forma segura e eficaz. Os pesquisadores recomendam que o treino seja realizado sob a orientação de um profissional de saúde ou educador físico, para garantir que os exercícios sejam feitos corretamente e sem risco de lesões.
Quais são as recomendações gerais para pacientes com diabetes tipo 2?
Vale destacar que os pesquisadores também apontam que a prática do exercício físico deve ser acompanhada de uma dieta balanceada e de um monitoramento regular dos níveis de glicose no sangue. Eles enfatizam que o tratamento do diabetes tipo 2 é multifatorial e que o treinamento de resistência, por mais benéfico que seja, deve fazer parte de um plano de cuidado abrangente, que inclua também o acompanhamento médico regular e, quando necessário, a medicação apropriada.
- Adapte o treino de resistência às necessidades do paciente.
- Realize os exercícios sob supervisão de um profissional.
- Combine a prática física com uma dieta adequada.
- Monitore regularmente os níveis de glicose no sangue.
- Inclua acompanhamento médico regular e medicação adequada no tratamento.
Em resumo, investir no treinamento de resistência pode trazer inúmeros benefícios para pessoas com diabetes tipo 2, mas é fundamental que essa prática seja parte de um plano de tratamento bem estruturado e supervisionado. Assim, é possível aproveitar ao máximo os resultados positivos para a saúde e bem-estar dos pacientes.