O resultado em dólares ficou acima da média das prévias de cinco bancos, que era de US$ 2,50 bilhões. A mineradora fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de US$ 4,46 bilhões
A Vale fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 23,29 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 15,5% frente aos R$ 20,203 bilhões de igual período do ano passado.
Comparando apenas as operações continuadas, que desconsideram ativos vendidos pela companhia, houve queda de 18,5% no lucro líquido, que foi de R$ 28,587 bilhões no terceiro trimestre do ano passado.
A receita líquida da companhia ficou em R$ 52,08 bilhões, o que significou uma queda de 19,1% na comparação com os R$ 64,42 bilhões do terceiro trimestre do ano passado, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) passou de R$ 36,06 bilhões no terceiro trimestre do ano passado para R$ 19,285 bilhões entre julho e setembro deste ano, uma baixa de 46,5%.
O resultado do terceiro trimestre em dólares ficou acima da média das prévias de cinco bancos compilada pelo Valor, que era de US$ 2,50 bilhões. A mineradora fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de US$ 4,46 bilhões.
A estimativa média para a receita era de US$ 9,918 bilhões e para o Ebitda, de US$ 4,338 bilhões. O resultado para a receita ficou em linha com as projeções e somou US$ 9,929 bilhões, enquanto o Ebitda ficou abaixo da expectativa, com US$ 3,666 bilhões.
Segundo a mineradora, o lucro foi positivamente afetado por uma reclassificação de variação cambial acumulada de US$ 1,543 bilhão no patrimônio liquido devido a redução de capital de subsidiária integral no exterior.
Isso compensou os preços menores obtidos com as vendas de minério de ferro e níquel frente ao segundo trimestre e os menores valores das vendas de minério de ferro na comparação com terceiro trimestre do ano passado.
O preço médio realizado dos finos do minério de ferro no terceiro trimestre foi de US$ 92,6 por tonelada, o que significou uma queda de 27,2% ante o terceiro trimestre do ano passado, quando o valor médio realizado foi de US$ 127,2 por tonelada, e uma queda de 18,3% frente ao segundo trimestre deste ano, quando o preço médio ficou em US$ 113,3 por tonelada.
No caso do níquel, o preço médio da tonelada métrica no terceiro trimestre foi de US$ 21.762, alta de 19% ante os US$ 18.211 por tonelada do terceiro trimestre do ano passado, mas uma queda de 17,3% frente aos US$ 26.221 por tonelada no segundo trimestre deste ano.
Dívida líquida
A dívida líquida expandida da Vale somou US$ 13,28 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta de US$ 797 milhões frente aos US$ 18,56 bilhões observados ao fim do segundo trimestre.
De acordo com a empresa, o conceito de dívida líquida expandida foi revistado “buscando estar mais alinhada com as práticas de mercado e ter um indicador que informa melhor à gestão na tomada de decisões de alocação de capital”. Agora, ela passa a considerar dívida líquida, arrendamento e swaps cambiais; as provisões para reparação de Brumadinho e Mariana, cujos compromissos anuais de caixa são mais concentrados nos primeiros anos; compromissos operacionais e regulatórios anteriormente incluídos, como o programa de renegociação fiscal do Refis e a provisão para descaracterização de barragens a montante, passaram a ser excluídos do conceito da dívida líquida expandida.
“Espera-se que esses compromissos tenham um perfil de desembolso de caixa anual mais estável e longo. A meta de dívida líquida expandida de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões permanece inalterada”, disse a companhia.
O crescimento da dívida líquida expandida no trimestre se deveu, segundo a empresa, principalmente aos US$ 3,1 bilhões pagos aos acionistas em dividendos e juros sobre capital próprio e aos US$ 686 milhões utilizados na recompra de ações da Vale. Esse aumento foi parcialmente compensado pelo efeito não caixa positivo da depreciação do real nas provisões de Brumadinho, descaracterização de barragens e Samarco e Renova.