Em 15 de outubro, empresário declarou apoio em Lula (PT), candidato à Presidência
Foto: Divulgação/redes sociais
Depois que a Comissão Ética do Partido Novo suspendeu João Amoêdo, na manhã desta quinta-feira, 27, o fundador do partido disse que recebeu a decisão com surpresa e indignação. Em 15 de outubro, o empresário declarou apoio a Lula (PT), candidato à Presidência.
“Por quatro votos a três, aprovaram a suspensão e me concederam dez dias para apresentar a defesa no processo de expulsão”, escreveu no Twitter Amoêdo. “Três dos quatro membros que votaram pela minha suspensão foram incorporados à Comissão de Ética nas duas últimas semanas.”
A filiação foi suspensa em virtude de um processo disciplinar contra o empresário por “possíveis violações estatutárias”.
“Nossa comissão tem como principal função zelar pela ética e pelo decoro, bem como pela aplicação do estatuto e das normas internas do Novo”, informou o partido, em nota. “Sendo assim, o órgão competente para julgar denúncias feitas por nossos filiados segue seu curso, respeitando rigorosamente as determinações estatutárias e o direito de defesa.”
Segundo o fundador da legenda, todos os que assinaram seu pedido de suspensão declararam voto no presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), e que um deles seria coordenador estadual da campanha do chefe do Executivo.
“O pedido dos mandatários solicitava que a suspensão fosse efetivada antes do pleito de domingo”, redigiu Amoêdo. Depois do primeiro turno das eleições, Novo informou que não iria declarar apoio a nenhum candidato à Presidência e que os filiados eram livres para votarem “de acordo com a sua consciência”.
Na nota divulgada hoje, a legenda cita uma diretriz partidária que, possivelmente, seu fundador teria violado. Em sua defesa, o empresário afirma que existe outra diretriz, em vigor, “que coloca a instituição como oposição ao governo Bolsonaro nas eleições de 2022”.
Além disso, destacou que, desde março de 2020, quando deixou a Presidência do Novo, não exerce nenhum cargo no partido, era apenas filiado. “Em todas as entrevistas e declarações, sempre digo que minha opinião não representa o pensamento oficial do partido”, argumentou.
Amoêdo ainda relatou que, depois de declarar voto em Lula, sofreu ataques da legenda, de alguns mandatários e do atual presidente da sigla, Eduardo Ribeiro. Por fim, o fundador chamou de “processo autoritário” seu processo de suspensão.
“Apresentarei a minha defesa no Comitê de Ética do partido e tomarei as medidas jurídicas adequadas para garantir o meu direito, e de todos os filiados, de se manifestarem conforme a legislação brasileira e as regras internas do Novo”, escreveu. “Reafirmo meu voto em Lula no próximo domingo.”