Nesta sexta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, durante uma entrevista à Rádio Gaúcha em Porto Alegre, que a Venezuela vive um “regime desagradável” sob a presidência de Nicolás Maduro. Contudo, Lula destacou que, embora autoritário, não considera o governo venezuelano como uma ditadura.
“Eu acho que a Venezuela vive um regime muito desagradável. Não acho que é uma ditadura, é diferente de uma ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como a gente conhece tantas ditaduras nesse mundo”, afirmou Lula ao ser questionado sobre sua visão do governo Maduro.
Lula diz que não considera a Venezuela uma ditadura, mas um “regime desagradável”.
— Metrópoles (@Metropoles) August 16, 2024
Em entrevista à Rádio Gaúcha, presidente foi perguntado sobre declarações de Maduro que colocam em cheque as eleições no Brasil. “Não tem problema, ele tem o direito de colocar”, respondeu o… pic.twitter.com/g6b2DPjzKZ
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Venezuela x Ditadura
A declaração de Lula levanta uma questão importante sobre como definir regimes políticos contemporâneos. Enquanto alguns críticos veem a gestão de Nicolás Maduro como uma ditadura, Lula tenta classificá-lo como um governo com tendências autoritárias. O presidente brasileiro ainda não reconheceu o resultado das eleições venezuelanas, onde Maduro se declarou reeleito e a oposição clama vitória com Edmundo González.
A posição de Lula e de seu assessor-chefe para assuntos internacionais, Celso Amorim, é que a eleição venezuelana só será reconhecida com a apresentação das atas eleitorais. “Eu só posso reconhecer que foi democrático se eles mostrarem a prova de que houve uma eleição e de que fulano teve tantos votos, que siclano teve tantos votos”, reafirmou Lula.
O Conflito com a Nota do PT
Lula também foi questionado sobre a nota divulgada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no final de julho, que tratou Nicolás Maduro como “reeleito”. O presidente deixou claro que não concorda com a posição do partido. “Não, eu não concordo com a nota. Eu não penso igual à nota. Mas eu não sou da direção do PT”, afirmou Lula. Ele ressaltou que o partido e o governo têm autonomia em suas decisões, enfatizando que “o partido não é obrigado a fazer o que o governo quer. E nenhum governo é obrigado a fazer o que o partido quer.”
Quais os Próximos Passos de Lula
A entrevista à Rádio Gaúcha foi o primeiro compromisso da agenda do presidente no Rio Grande do Sul. Após a conversa, Lula entregou uma unidade habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida e participou de uma cerimônia para anunciar a aceleração das obras e o adiantamento das entregas de novas unidades.
No período da tarde, o presidente inaugurou o Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição e entregou o Complexo Viário da Scharlau, na BR-116. Estas ações fazem parte de um esforço contínuo para melhorar a infraestrutura e a saúde pública na região antes de retornar a Brasília.