Um documento da Voepass feito nove horas antes do trágico acidente do avião ATR-72, que caiu em Vinhedo (SP) na sexta-feira, 9 de agosto, e resultou na morte de 62 pessoas, revelou que alguns itens da aeronave, como cortinas, cadeiras e cintos de segurança, necessitavam de manutenção. Segundo investigadores da aeronáutica, essas pendências não teriam impedido o bimotor de decolar, mas levantam questões sobre a segurança operacional da empresa.
O documento, emitido às 4h29 do dia 9 de agosto, detalhou a falta de cortinas 3D, 5A e 7A, cintos de segurança sem presilhas e assentos 16B e 17D quebrados. Essas informações foram divulgadas pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, e apontam para uma série de falhas que, embora consideradas menores, podem ter tido um papel importante no contexto geral do acidente.
Falhas no ATR-72 e Impacto na Segurança Aérea
O ATR-72 que caiu em Vinhedo já havia recebido recomendações para evitar voos na região Sul do Brasil devido a problemas no sistema de degelo, em julho de 2023. Um possível problema neste equipamento é investigado como uma das causas do acidente. As autoridades também estão verificando se outros problemas não relatados ou surgidos durante o voo contribuíram para a tragédia.
Apesar das recomendações de evitar certas rotas, a aeronave realizou um voo para Porto Alegre (RS) em 13 de julho de 2023, quando o sistema de degelo estava inoperante, além de apresentar outros defeitos, como um para-brisa quebrado e falhas no equipamento de alerta de aproximação com o solo.
Quais Foram as Falhas Críticas Identificadas?
No período entre julho e agosto de 2023, diversas falhas foram apontadas pelos mecânicos da Voepass, incluindo:
- Restrições de gelo
- Para-brisa quebrado
- Sistema de degelo inoperante
- Falha no equipamento de alerta de aproximação com o solo
- Gerador elétrico inoperante
- Indicador de situação horizontal defeituoso
Esses problemas foram registrados tanto em Ribeirão Preto (SP) quanto no Aeroporto de Congonhas (SP), onde a aeronave permaneceu por quatro dias em julho de 2023. Durante este período, inclusive, o gerador elétrico também se mostrou inoperante.
Como a Voepass Está Respondendo às Investigações?
A Voepass afirmou que, durante o voo em questão, todos os sistemas da aeronave estavam funcionando bem e que, em nenhuma circunstância, um avião decola sem estar em plena conformidade com as regulamentações. No entanto, as investigações continuam para determinar se outros fatores não documentados podem ter contribuído para o acidente. A companhia aérea está colaborando com as autoridades para fornecer todas as informações necessárias.
Esta tragédia levanta questões importantes sobre a segurança operacional e a manutenção preventiva na aviação civil. É fundamental que todas as empresas aéreas, incluindo a Voepass, reforcem seus protocolos de verificação e manutenção para garantir a segurança dos passageiros e tripulantes.