O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente na chapa de Lula, disse que as pessoas têm uma visão equivocada sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST): “O MST ‘mudou’”.
A declaração foi concedida, durante um jantar com empresários e banqueiros, na noite de ontem, informou o jornal Folha de S.Paulo, na segunda-feira 24. Alckmin foi interpelado pelos convidados acerca das invasões, em um eventual governo petista, que apoiou sempre o MST, e promete voltar a fomentá-lo.
“O grande perigo para o agronegócio é o governo do bozo”, disse, em alusão ao presidente Jair Bolsonaro. Na sequência, o vice de Lula comentou o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que avançou no atual governo.
“A União Europeia já aprovou”, disse. “Onde tem desmatamento não pode importar. Lula que vai reinserir o Brasil na economia mundial, que vai fazer acordos internacionais, preservar o meio ambiente, combater a questão do clima.”
Alckmin ainda disse aos convidados que vai haver espaço “para o pequeno, para a cooperativa” e para o “grandão crescer também”.
Alckmin já atacou o MST
Em 12 de março de 2003, pouco mais de dois meses depois de Lula chegar à Presidência, Alckmin, então governador de São Paulo e filiado ao PSDB, dava entrevista após participar de um evento de formação de policiais militares. No evento, mandou um recado para o MST. “Esse tipo de movimento é, na prática, um movimento contra a reforma agrária”, constatou. “Não serve a uma causa justa como é a da reforma agrária. Invadir propriedade é não querer a reforma agrária.”
Passaram-se oito anos e a opinião de Alckmin sobre o MST seguiu a mesma. “Em São Paulo, invadiu, ‘desinvade’”, disse, em 2011, durante uma onda de invasões promovida pelo movimento no Estado, que era de novo comandado por ele. Anunciou, ainda, que haveria tolerância zero com ações do grupo. “Vamos apoiar a reforma agrária, mas não vamos tolerar invasão”, disse.