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Em uma entrevista reveladora ao programa Fantástico, da TV Globo, o comandante Ruy Guardiola, ex-funcionário da VoePass, trouxe informações alarmantes sobre a manutenção das aeronaves da companhia aérea. Guardiola, uma das primeiras pessoas a pilotar um ATR no Brasil, afirmou ter presenciado, em 2019, uma solução improvisada usando um palito para resolver problemas no sistema antigelo de um dos aviões da companhia.
“Um problema foi detectado no nível de aquecimento de um dos sistemas. A solução encontrada pela manutenção foi a colocação de um palito de fósforo, ou sei lá, um palito de dente, eu vi com esses olhos que a terra há de comer”, revelou o piloto na noite de domingo, 11. A entrevista foi ao ar no Fantástico, da TV Globo.
Problemas de Manutenção na VoePass: Falha no Sistema Antigelo
A falha no sistema antigelo é uma das suspeitas para o trágico acidente que vitimou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira, 9. Além dessa, o comandante Guardiola e outras fontes anônimas relataram diversas irregularidades na manutenção das aeronaves da VoePass. Segundo essas fontes, um dos modelos da empresa era apelidado de “Maria da fé” devido à precariedade com que operava.
- Relatos de soluções improvisadas em sistemas críticos
- Aeronave apelidada de “Maria da fé” por operar em condições precárias
- Prioridade ao lucro em detrimento da segurança
Quais Outras Irregularidades Foram Encontradas?
Outras irregularidades, relacionados à manutenção precária, foram descritas ao Fantástico por pessoas que preferiram não se identificar. Uma delas relatou que a empresa colocava a segurança em um “segundo ou terceiro plano”, focando principalmente no lucro. Esse comportamento levanta preocupações sobre a cultura de segurança dentro da organização.
Além das falhas no sistema antigelo, a VoePass também enfrentou problemas estruturais significativos. Em março de 2024, o ATR-72-500 envolvido no acidente sofreu danos durante um pouso em Salvador, resultando em um choque da cauda com a pista. O avião ficou parado por 17 dias antes de voar para Ribeirão Preto para reparos.
Como estão sendo feitas as investigações?
As investigações do acidente estão sendo conduzidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Até o momento, não foi reportada nenhuma emergência a bordo. Entre as hipóteses mais estudadas estão o dano estrutural e as condições climáticas adversas, que poderiam ter contribuído para a formação de gelo nas asas e subsequente perda de sustentação do avião, resultando em um “estol”.
Dados Relevantes do Acidente:
- Dano estrutural em março de 2024 durante pouso em Salvador
- Paralisação da aeronave por 17 dias para reparos
- Retorno às operações comerciais em julho de 2024
- Despressurização registrada em voo comercial
- Queda em Vinhedo no dia 9 de julho de 2024
Para os especialistas consultados pelo Fantástico, o dano estrutural associado às condições climáticas adversas formam uma base sólida para investigar as causas do acidente. A perda de sustentação devido à formação de gelo é uma das hipóteses mais analisadas pelos investigadores.
Em conclusão, a entrevista do comandante Ruy Guardiola ao Fantástico expõe questões críticas sobre a manutenção e operação das aeronaves da VoePass. A revelação sobre a utilização de métodos improvisados para resolver problemas importantes como o sistema antigelo levanta sérios questionamentos sobre a segurança de voo da companhia.
Até o momento, a VoePass não se pronunciou oficialmente sobre as graves acusações e as investigações continuam em andamento. É esperado que os resultados forneçam respostas às famílias das vítimas e traga à tona as reais causas desse trágico acidente.