Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert / PR.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao reassumir o Planalto em 2023, tinha como prioridade reposicionar o Brasil no cenário internacional. No entanto, sua estratégia de política externa frequentemente encontrou obstáculos e gerou controversas.
Lula buscou protagonismo em diversos conflitos internacionais, entre eles as tensões entre Rússia e Ucrânia e a situação delicada na Faixa de Gaza. Em ambos os casos, suas declarações e ações não tiveram o impacto esperado e, em alguns momentos, causaram desconforto e críticas.
Tentativas de mediação de paz na Rússia X Ucrânia
Desde o início de seu terceiro mandato, Lula se mostrou disposto a mediar a paz no conflito entre Rússia e Ucrânia. Porém, suas declarações onde equiparava os dois países – mesmo com a Ucrânia tendo sido invadida – não foram bem recebidas. A crítica internacional foi severa, especialmente por parte dos governos ocidentais e da mídia.
Lula e a polêmica na Faixa de Gaza
Em outra tentativa de intervir, Lula comparou as ações do governo israelense contra o Hamas ao Holocausto. Essa declaração transformou o presidente brasileiro em persona non grata em Israel. A comparação foi amplamente condenada e considerada desrespeitosa, gerando mais uma vez um desgaste significativo na imagem de Lula no cenário internacional.
Por que Lula não consegue protagonismo internacional?
Desde sua posse em 1º de janeiro de 2023, Lula passou 79 dias fora do país tentando ganhar destaque internacional. Todavia, seus esforços não resultaram no reconhecimento esperado. Em discursos importantes, como o proferido na ONU em 2023, ele voltou a evitar a condenação direta da Rússia pela invasão da Ucrânia. Sua fala sobre a necessidade de paz e de reforma da governança global, incluindo a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, foi amplamente ignorada pela mídia internacional.
A relação de Lula com a Venezuela
Lula apostou em reatar laços diplomáticos com Nicolás Maduro durante seu terceiro mandato. Ele recebeu o presidente venezuelano com pompa em Brasília em maio de 2023. Contudo, diante da eleição controversa na Venezuela, Lula tem se limitado a um posicionamento mais moderado, cobrando dados detalhados das urnas, com o objetivo de se preservar como interlocutor entre Maduro e a oposição e prevenir uma escalada violenta.
Expulsão do embaixador brasileiro na Nicarágua
Na última quinta-feira, o Brasil enfrentou mais um contratempo internacional ao reagir à expulsão de seu embaixador na Nicarágua. Lula explicou que ficou um longo período sem comunicação com Ortega, presidente nicaraguense. A expulsão foi uma consequência da não participação do embaixador brasileiro em um evento comemorativo da Nicarágua, considerado um motivo insuficiente pelo Brasil.
Estas ações, somadas aos desafios e respostas tardias, mostram uma política externa do governo Lula reativa e muitas vezes mal-sucedida. O futuro aponta para a necessidade de estratégias mais cuidadosas e menos polêmicas para que o Brasil possa realmente se destacar como um mediador internacional de respeito.