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Um trágico acidente aéreo ocorrido em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9/8), resultou na morte de 62 pessoas. A queda do avião da VoePass, que partiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, trouxe à tona preocupações sobre as condições de trabalho dos pilotos da empresa.
Durante uma audiência pública na Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC) em junho de 2024, o piloto Luís Cláudio de Almeida relatou a pressão da empresa para exceder a jornada de trabalho mesmo em dias de folga. Segundo Almeida, a VoePass frequentemente entra em contato com seus funcionários para voar fora da escala prevista.
Jornada de trabalho na VoePass
Segundo o piloto, houve vários momentos em que a empresa ligava para ele durante seus dias de folga, solicitando que realizasse voos. Ao todo, ele mencionou que chegou a receber até oito ligações em um único dia. “A gente acorda da escala e tem oito ligações da escala no seu dia de folga. Eu estava de folga e precisei desligar meu celular”, relatou.
Além das ligações frequentes, Almeida alertou a ANAC sobre o risco de acidentes devido à fadiga dos pilotos. “Não queremos entrar nessa estatística. Queremos conforto”, avisou. Esta declaração destacou um ponto crucial relacionado à segurança da aviação: a gestão eficiente da jornada e da fadiga dos tripulantes.
Respostas da VoePass
Procurada pela imprensa, a VoePass negou as acusações, afirmando que cumpre rigorosamente todos os requisitos legais relacionados à jornada e folgas, conforme estipulado no regulamento brasileiro de Aviação Civil (RBAC-117). A empresa ressaltou que segue a lei e se compromete com a segurança de seus voos.
No entanto, as declarações do piloto Luiz Cláudio de Almeida e o recente acidente levantam dúvidas sobre a aplicação prática dessas regulamentações. Será que a empresa está realmente gerindo a fadiga dos tripulantes de forma eficaz?
Acidente em Vinhedo
O avião, que partiu de Cascavel às 11h58, caiu em uma área residencial de Vinhedo, resultando na morte de 58 passageiros e quatro tripulantes. Segundo o Governo de São Paulo, os corpos das vítimas foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Campinas para identificação e liberação.
Confira o momento da queda:
- 11h58 – O avião decola de Cascavel, Paraná.
- Durante o voo, a aeronave enfrenta condições adversas.
- Pouco antes de chegar ao destino, o avião cai em área residencial de Vinhedo.
- 62 pessoas, incluindo passageiros e tripulantes, perdem a vida.
A segurança dos voos depende de diversos fatores, e um dos mais importantes é a condição física e mental dos pilotos. A fadiga pode comprometer severamente a capacidade de um piloto de operar a aeronave de forma segura. Portanto, a gestão adequada da jornada de trabalho e do descanso é crucial para evitar tragédias como a que ocorreu em Vinhedo.
Empresas aéreas são obrigadas a seguir regulamentações rigorosas para assegurar que seus pilotos estejam em condições ideais de trabalho. No entanto, relatos como os de Luiz Cláudio de Almeida sugerem que, em alguns casos, essas regras podem não estar sendo completamente respeitadas.
Esse trágico incidente em Vinhedo serve como um alerta para a necessidade de revisões e auditorias mais intensivas sobre as práticas de trabalho nas linhas aéreas, visando garantir a segurança de todos os envolvidos.