O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um pedido público nesta segunda-feira (5) para que todos os cidadãos do país boicotem o aplicativo de mensagens WhatsApp. Segundo ele, militares, policiais e líderes comunitários que apoiam sua polêmica reeleição estariam recebendo ameaças através dessa plataforma.
Maduro afirmou: “Vou romper relações com o WhatsApp, porque estão usando o WhatsApp para ameaçar a Venezuela e, então, eu vou eliminar o WhatsApp do meu telefone para sempre. Pouco a pouco vou passar meus contatos para o Telegram, o WeChat”. O presidente encorajou seus apoiadores a aderirem a uma retirada “voluntária, progressiva e radical” do aplicativo, que pertence à empresa americana Meta, como também do Facebook e Instagram.
Nicolás Maduro anuncia que rompeu relações com o WhatsApp.
— Metrópoles (@Metropoles) August 5, 2024
Em discurso nesta segunda-feira (5), Maduro anunciou que irá remover o aplicativo de seu celular e conclamou apoiadores a fazer o mesmo.
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Vídeo: Metrópoles/Sam Pancher
Por que Maduro quer abandonar o WhatsApp?
Durante a manifestação, Maduro foi categórico em seu posicionamento contra o WhatsApp, afirmando que “Pelo WhatsApp estão ameaçando a família militar venezuelana, a família policial, os líderes das ruas e a comunidade”. Essa medida se alinha a declarações anteriores do presidente sobre o uso das redes sociais para disseminar divisão e ódio entre os venezuelanos.
No dia anterior, Maduro havia declarado que as redes sociais estão sendo utilizadas para promover a divisão e o ódio no país, apontando diretamente para o Instagram e TikTok nesta acusação. Ele disse: “Acuso o Instagram por sua responsabilidade na instalação do ódio para dividir os venezuelanos, para buscar uma matança e uma divisão na Venezuela, para trazer o fascismo para a Venezuela”.
Redes Sociais e o Controle de Maduro
Maduro pediu recomendações públicas a seus funcionários de segurança para regulamentar o uso das plataformas sociais. Essas redes têm sido palco para a divulgação de imagens e vídeos de protestos contra sua reeleição e denúncias sobre as operações das forças de segurança, que resultaram em mais de dois mil detidos, conforme divulgado pelo presidente.
A autoridade eleitoral declarou Maduro vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho com 52% dos votos, enquanto seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, obteve 43% dos votos. González Urrutia, porém, denuncia fraude e exige a apresentação pública de todas as atas eleitorais. O Conselho Nacional Eleitoral afirmou que seu sistema foi hackeado e não divulgou resultados detalhados da votação.
Qual o Futuro das Redes Sociais na Venezuela?
A difusão de “mensagens de ódio” nas redes sociais pode levar a penas de 10 a 20 anos de prisão na Venezuela, conforme uma lei aprovada em 2017. Diante desse cenário, Maduro busca regulamentar ainda mais o uso dessas plataformas no país.
- Telegram: Maduro tem incentivado a migração dos venezuelanos para este aplicativo.
- WeChat: Outra plataforma citada pelo presidente como alternativa ao WhatsApp.
- Instagram e TikTok: Acusados de promover divisão e ódio entre os cidadãos.
Esta série de medidas e acusações contra redes sociais mostra o crescente controle que Maduro busca impor sobre a comunicação digital na Venezuela. O presidente e seus apoiadores argumentam que essas ações são necessárias para proteger a paz e a unidade do país, enquanto seus opositores veem nelas uma tentativa de silenciar a dissidência e restringir a expressão livre.