O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) censurou uma fala do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, em uma propaganda eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) veiculada nesta quarta-feira (19).
No trecho cortado, Marco Aurélio diz que o ex-presidente e candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi inocentado. Decisões do STF com relação ao petista não julgaram o mérito das acusações levantadas contra ele pela Lava Jato, e sim a condução dos processos.
Agora, no lugar da fala, aparece um QR Code que leva ao canal do TSE no WhatsApp.
Em 12 de outubro, o ministro do TSE Paulo de Tarso Sanseverino suspendeu a veiculação de um vídeo da campanha do presidente que chamava Lula de “ladrão” e de “corrupto”.
O pedido analisado pelo ministro da Corte Eleitoral foi feito pela campanha de Lula (PT).
A campanha diz que a propaganda eleitoral “conduz o eleitor a falsa informação de que Lula não é inocente”.
A defesa ainda cita que o trecho da declaração de Marco Aurélio em entrevista ao Jornal da Band foi suprimida.
O ex-ministro do Supremo diz o seguinte na parte cortada: “O Supremo não o inocentou [Lula]. O Supremo aceitou a nulidade do processo crime”.
No lugar do trecho, aparece o QR Code e os seguintes dizeres: “Exibido para substituir programa suspenso por infração eleitoral”.
Ao site Poder360, Marco Aurélio disse não estar “engajado em qualquer política partidária” e que a declaração usada na campanha do presidente havia sido dada à imprensa.
“Que prevaleça a verdade, a razão. Não estou engajado em qualquer política partidária. Falei à grande imprensa”, afirmou.
Porém, a decisão do TSE não aborda especificamente sugestões de que Lula não foi inocentado, mas as expressões “ladrão” e “corrupto”, que não são utilizadas na declaração do ex-ministro do STF.