A Prefeitura de Porto Alegre divulgou, nesta quarta-feira (31 de janeiro de 2024), o relatório preliminar do Plano de Ação Climática (Plac) da capital gaúcha, um projeto iniciado em março de 2023. O documento apresenta 30 ações estratégicas para mitigar o impacto de seis ameaças climáticas predominantes na cidade: inundações, tempestades, deslizamentos/erosões, ondas de calor, secas e vetores de arboviroses (doenças virais). Três dessas ações são consideradas eficazes para todas as ameaças.
A primeira envolve a elaboração e implementação do Plano de Preparação e Mitigação de Desastres Climáticos, que inclui a atualização do Plano de Contingência e a identificação dos grupos populacionais vulneráveis. Já a segunda medida visa a melhoria do sistema de previsão, monitoramento meteorológico e alerta para riscos climáticos. Por fim, a terceira ação abrange o desenvolvimento de iniciativas de educação ambiental e climática em escolas e comunidades.
O relatório também delineia ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, seguindo o compromisso de Porto Alegre de reduzir esses gases em 30% até 2030 e zerar até 2050. As intervenções abrangem diversas áreas, como transporte, energia estacionária e gerenciamento de resíduos.
Plano de Ação Climática em Porto Alegre
Mas afinal, como Porto Alegre pretende combater os desafios climáticos? De acordo com o relatório do Plano de Ação Climática, a cidade desenvolveu estratégias multifacetadas para enfrentar os fenômenos ambientais que ameaçam a população.
Principais Medidas do Plano de Ação Climática
Quais são as principais medidas propostas no relatório preliminar do Plano de Ação Climática? Confira a seguir algumas das ações destacadas pela Prefeitura:
- Previsão e Monitoramento: Aperfeiçoar o sistema de previsão e alerta meteorológico, ampliando o envio de mensagens por SMS e implantando sirenes e pluviômetros.
- Educação Ambiental: Implementar campanhas sobre a preservação de áreas verdes e recursos hídricos e incluir o tema mudanças climáticas nos currículos escolares.
- Infraestrutura para Transportes: Reformular o sistema de transporte público, ampliar a frota de veículos de baixa emissão e melhorar a infraestrutura viária.
- Construções Sustentáveis: Fomentar construções sustentáveis e tecnologias verdes em diversos tipos de edificações e espaços públicos.
- Gerenciamento de Resíduos: Otimizar o sistema de coleta de resíduos sólidos urbanos e qualificar as Unidades de Triagem e Cooperação de catadores.
Como a Educação Pode Ajudar no Combate às Mudanças Climáticas?
Uma das principais apostas do relatório é na educação. Como a implementação de campanhas e a inclusão de temas ambientais no currículo escolar pode ser eficaz? Segundo especialistas, aumentar a conscientização desde cedo é essencial para criar uma população mais engajada e informada sobre os desafios climáticos.
Além das campanhas e mudanças no currículo, o plano prevê atividades práticas, como plantio de árvores e projetos de compostagem em escolas. Essas atividades são projetadas para criar um senso de responsabilidade e urgência entre os jovens.
Iniciativas de Infraestrutura Urbana
A infraestrutura urbana está no foco das ações para mitigação dos efeitos de eventos climáticos extremos. A Prefeitura planeja uma série de obras para melhorar a proteção contra inundações, tempestades e deslizamentos. O mapeamento realizado pelo Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre identificou 73 obras necessárias para essas melhorias.
Dentre as iniciativas destacadas estão a construção de bacias de retenção, reestruturação do sistema de proteção contra cheias e ampliação da permeabilidade em áreas públicas e privadas. Essas ações são essenciais para minimizar os danos causados pelas inundações, que têm sido cada vez mais frequentes e severas na cidade.
Investimentos Necessários
Para viabilizar as ações do Plano de Ação Climática, a Prefeitura de Porto Alegre estima um investimento substancial. A contratação do Plano de Preparação e Mitigação de Desastres Climáticos envolve um investimento de R$ 350 mil. Já a operacionalização do sistema de medida, monitoramento e alerta está orçada em R$ 6,1 milhões. Além disso, as obras de infraestrutura necessárias somam um valor estimado de R$ 513 milhões, com 67 projetos já no estágio inicial de contratação.
Com essas informações, fica claro que Porto Alegre está tomando medidas concretas e planejadas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. As ações delineadas no relatório preliminar do Plano de Ação Climática (Plac) são um passo importante para tornar a cidade mais resiliente e preparada para o futuro.