Foto: Reprodução/Tom Brenner/Reuters.
O ex-presidente Donald Trump fez declarações marcantes em um evento realizado pelo grupo conservador Turning Point Action em West Palm Beach, na Flórida. Trump dirigiu-se diretamente aos cristãos, pedindo que se mobilizem nas próximas eleições.
Em sua fala, Trump afirmou: “Cristãos, saiam e votem, só desta vez. Vocês não terão que fazer mais isso. Mais quatro anos, quer saber, tudo estará resolvido, tudo ficará bem, vocês não terão mais que votar, meus cristãos lindos”. A declaração, destinada a mobilizar a base evangelica, se dá pelo fato de o voto, nos Estados Unidos, não ser obrigatório.
Trump reforça apelo a cristãos
Trump continuou a enfatizar a importância do voto cristão, dizendo: “Eu amo vocês, cristãos. Eu sou um cristão. Eu amo vocês, saiam, vocês precisam sair e votar. Vocês não terão que votar mais. Em quatro anos, vocês não precisarão votar novamente, nós consertaremos tudo tão bem que vocês não precisarão votar”. Esse discurso tenta fortalecer sua conexão com a comunidade cristã, que tem sido um pilar em suas campanhas anteriores.
Voto não obrigatório nos EUA
Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório, o que reflete a tradição do país de valorizar a liberdade individual e o direito à autodeterminação. A opção de não votar é vista como uma escolha pessoal que deve ser respeitada, e muitos argumentam que a obrigatoriedade do voto poderia infringir as liberdades civis. Essa abordagem também incentiva partidos e candidatos a mobilizarem e engajarem os eleitores, promovendo uma participação mais voluntária e consciente no processo democrático.
Por outro lado, a não obrigatoriedade do voto nos EUA também apresenta desafios significativos. As taxas de participação eleitoral são frequentemente baixas, especialmente em eleições intermediárias e locais, o que pode resultar em uma representação desequilibrada dos interesses da população. Para mitigar esses efeitos, muitos defendem medidas como a expansão do voto antecipado, o voto pelo correio e a educação eleitoral, visando aumentar a participação sem recorrer à obrigatoriedade.
Promessas de Trump para um segundo mandato
Numa entrevista à Fox News em dezembro, Trump fez uma promessa polêmica: ele afirmou que, se ganhasse as eleições de 5 de novembro, se tornaria um ditador, mas apenas no “primeiro dia”, para fechar a fronteira sul com o México e expandir a perfuração de petróleo. Essa afirmação, embora alarmante para alguns, foi recebida com aplausos por seus apoiadores mais fervorosos.
Em maio, durante uma reunião da Associação Nacional do Rifle, Trump brincou sobre servir mais de dois mandatos como presidente, fazendo alusão à presidência de Franklin D. Roosevelt, o único presidente dos Estados Unidos a cumprir mais de dois mandatos, antes da implementação do limite de dois mandatos. Trump declarou: “Sabe, FDR, 16 anos – quase 16 anos – ele teve quatro mandatos. Não sei, seremos considerados três mandatos? Ou dois?”
Kamala Harris entra na disputa eleitoral
A disputa eleitoral se acirrou significativamente após Joe Biden anunciar que não concorreria para a reeleição, deixando sua vice-presidente, Kamala Harris, como candidata democrata. As últimas pesquisas indicam que a vantagem significativa que Trump tinha sobre Biden diminuiu desde que Kamala assumiu a candidatura.
Jason Singer, porta-voz da campanha de Kamala Harris, descreveu o discurso de Trump como “bizarro” e “retrógrado”, recusando-se a comentar sobre a declaração do ex-presidente de que os cristãos não precisariam mais votar após seu segundo mandato.
Os comentários de Trump na última sexta-feira reiteram a necessidade de ambos os partidos estimular suas bases eleitorais antes da próxima eleição, que promete ser intensamente disputada.