O ditador Nicolás Maduro classificou os ex-presidentes que tentaram entrar na Venezuela para acompanhar as eleições no país como “ridículos” e “personas non gratas”. Em um programa transmitido pela televisão estatal na noite de sexta-feira, 26 de julho, Maduro afirmou que os ex-presidentes não foram convidados pelo Poder Eleitoral do país.
Nesse mesmo dia, um avião transportando ex-presidentes da ONG Iniciativa Democrática da Espanha para as Américas (Idea) foi impedido de decolar do Aeroporto Internacional de Tocumen, na Cidade do Panamá, com destino a Caracas. O incidente gerou reações e críticas de várias partes envolvidas no assunto.
Maduro Ataca Ex-Presidentes e os Declara “Personas Non Gratas”
Segundo Nicolás Maduro, os ex-presidentes Jorge Tuto Quiroga (Bolívia), Vicente Fox (México), Mireya Moscoso (Panamá) e Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), além da ex-vice-presidente colombiana, Martha Lucía Ramírez, sabiam que não eram bem-vindos no país. “Eu acho que eles são ridículos, sabem que são personas non gratas, são pessoas muito repudiadas (…) são da extrema direita, racistas e fascistas, não foram convidados pelo Poder Eleitoral,” declarou Maduro.
O Poder Eleitoral na Venezuela, segundo Maduro, tem autoridade total para decidir quem pode ou não ser convidado para observar eleições, e ele prefere não interferir nesse processo. “Tenho muito trabalho, vocês não vão me ver em uma lista me dizendo para vir ou não,” disse ele.
O Que Estava Por Trás do Impedimento?
Os ex-presidentes latino-americanos planejavam estar em Caracas no dia 28 de julho para atuar como observadores eleitorais. Em um vídeo publicado no X, Vicente Fox detalhou a experiência angustiante de estar dentro do avião impedido de decolar. “As pessoas dentro passaram de calor. Mas escutamos o hino nacional venezuelano algumas vezes de todos os que estavam dentro do voo e de todos os que sonham com a liberdade e a democracia. Que coisa mais linda”, afirmou Fox.
Parlamentares Espanhóis Também São Barrados
A tensão diplomática não parou por aí. Parlamentares do Partido Popular da Espanha também foram impedidos de entrar no país, embora tenham conseguido aterrissar no Aeroporto Internacional de Maiquetía. A delegação composta por deputados, senadores e eurodeputados espanhóis do PP, de centro-direita, desembarcou na manhã de sábado, 27 de julho, em Madri, depois de serem barrados.
Reação dos Parlamentares Espanhóis
Esteban González Pons, eurodeputado responsável pelos assuntos internacionais do PP, declarou: “Observamos uma ditadura que apodrece e cai”. Ele afirmou que os parlamentares foram à Venezuela em resposta a “convites formais” da oposição venezuelana para acompanhar as eleições de domingo.
Criticas ao Governo de Pedro Sánchez
A postura do governo socialista de Pedro Sánchez também foi alvo de críticas. Miguel Tellado, porta-voz do PP no Congresso, acusou o governo e seu ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, de endossarem o discurso de Maduro. “É lamentável ver o governo de Pedro Sánchez endossar o discurso do chavismo. É lamentável que a esquerda do nosso país prefira uma ditadura de esquerda a um governo democrático de direita,” lamentou Tellado.
Esses eventos recentes demonstram a contínua tensão diplomática envolvendo a Venezuela sob o regime de Nicolás Maduro, evidenciando a complexa situação política do país e as reações de líderes internacionais a suas políticas autoritárias.