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Na última sexta-feira (26), a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris gerou uma avalanche de reações entre conservadores brasileiros, após uma apresentação polêmica. Em meio a essas reações, o político e líder religioso Padre Kelmon, filiado ao Democracia Cristã, publicou um vídeo em suas redes sociais criticando duramente o evento. Na legenda, escreveu: “Olimpíadas na França virou palco de ofensas ao cristianismo. Hereges, blasfemadores, cristofóbicos denigrem a cena da Santa Ceia. Olimpíadas virou terrorismo religioso.”
Kelmon Luís da Silva Souza, mais conhecido como Padre Kelmon, é uma figura notória entre os conservadores no Brasil. Ele ganhou destaque ao celebrar missas e batismos na Bahia e tornou-se conhecido pelo seu discurso incisivo contra a esquerda política. Em 2022, Padre Kelmon foi candidato à Presidência da República pelo PTB, apresentando-se como um representante religioso da igreja ortodoxa e do conservadorismo cristão.
Kelmon surgiu como uma voz potente no cenário político brasileiro, famoso por suas opiniões conservadoras e sua retórica inflamadora. Suas cerimônias religiosas e discursos públicos sempre atraíram a atenção, tanto de apoiadores quanto de críticos. Essa visibilidade ganhou ainda mais força quando ele decidiu se candidatar à presidência, trazendo consigo uma mensagem de forte cunho religioso.
O que motivou a polêmica na abertura das Olimpíadas de 2024
A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris inovou ao apresentar uma paródia do famoso quadro “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci. Essa representação moderna do icônico momento da última refeição de Jesus Cristo com seus apóstolos incluiu a participação de drag queens, entre elas Nicky Doll, conhecida por sua participação no reality show RuPaul’s Drag Race. A performance foi pensada para celebrar a diversidade, misturando elementos tradicionais com referências contemporâneas.
Abertura das olimpíadas com caricatura lgbt da santa ceia . É pra ser inclusivo ou fazer deboche ? Se fizerem uma caricatura de Maomé ou de ícones do candomblé , vão dizer que é desrespeito ao culto religioso . Por que apenas o cristianismo é razão de caricatura ? Talvez porque o… pic.twitter.com/Q6jU6ODD5J
— Adrilles Jorge (@AdrillesRJorge) July 26, 2024
Reações e Críticas
A abordagem inovadora não foi bem recebida por todos. Conservadores brasileiros expressaram indignação, acusando a cerimônia de desrespeitar valores religiosos. Padre Kelmon foi uma das vozes mais críticas, classificando a performance como uma “blasfêmia” e um “terrorismo religioso”.
- Um dos comentários mais incisivos afirmava: “Foi exibida na abertura das Olimpíadas uma Santa Ceia da diversidade. Com Deus não se brinca nem se zomba, isso foi uma falta de respeito. Isso foi uma blasfêmia.”
- Outro comentarista conservador acrescentou: “A blasfêmia nos Jogos Olímpicos deixa claro que o cristianismo é o principal inimigo da agenda demoníaca dos globalistas. Não é coincidência que blasfemem contra Jesus e coloquem crianças para dançar com homossexuais semidesnudos.”
Qual é a posição dos organizadores das Olimpíadas?
Enquanto a reação entre os conservadores foi de forte crítica, os organizadores e apoiadores da cerimônia defenderam a apresentação como uma celebração da diversidade e da inclusão. A proposta era reinterpretar um ícone religioso de forma a promover uma mensagem de união e respeito às diferenças, um tema caro aos valores olímpicos de amizade, respeito e excelência.
A controvérsia em torno da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024 evidencia as tensões culturais e religiosas que permeiam eventos de grande visibilidade mundial. As críticas de Padre Kelmon e de outros conservadores refletem uma resistência a mudanças que desafiam tradições religiosas e culturais. A discussão sobre a representação da “Santa Ceia” nas Olimpíadas certamente continuará a ecoar, alimentando debates sobre o equilíbrio entre respeito às tradições e a celebração da diversidade.