Foto: Reprodução/Pedro Rances Mattey/Anadolu via Getty Images.
Os venezuelanos irão às urnas no próximo domingo, 28 de janeiro de 2024, para decidir quem será o próximo presidente do país. Nicolás Maduro tenta garantir seu terceiro mandato consecutivo, enfrentando uma forte oposição liderada por Edmundo González, que lidera nas pesquisas de opinião.
O processo eleitoral, no entanto, é cercado de desconfiança. A comunidade internacional receia que o governo possa interferir nos resultados das eleições. Nas últimas semanas, por exemplo, observadores internacionais foram desconvidados pelas autoridades eleitorais para acompanhar a votação.
O sistema eleitoral na Venezuela
Mais de 20 milhões de eleitores estão registrados para votar no próximo domingo. No entanto, o voto não é obrigatório na Venezuela, e cerca de 4 milhões de venezuelanos residem fora do país, o que pode influenciar o resultado final.
A eleição na Venezuela utiliza um sistema de urna eletrônica, semelhante ao do Brasil, com algumas peculiaridades. Vamos entender como funciona esse processo:
Como funciona a urna eletrônica na Venezuela?
O sistema de votação venezuelano tem um funcionamento bastante específico. Confira o passo a passo do processo de votação:
- O eleitor chega ao local de votação e apresenta a carteira de identidade.
- O número do documento é digitado em uma máquina.
- Uma autenticação biométrica é realizada por meio da digital do eleitor.
- A urna é liberada, e o eleitor deve selecionar a foto do candidato em que deseja votar. As fotos dos candidatos aparecem várias vezes na tela, dependendo do partido que os apoia.
- Após selecionar o candidato, o eleitor confirma o voto, e a urna imprime um comprovante de papel.
- O comprovante é dobrado e colocado dentro de uma urna física.
Segundo o governo venezuelano, mais da metade das urnas passam por uma auditoria. Ao final da votação, os fiscais comparam os votos eletrônicos com os comprovantes de papel depositados.
Há risco de fraude?
A integridade do sistema eleitoral na Venezuela é frequentemente questionada pela comunidade internacional. A possibilidade de interferência nos resultados e a postura de Nicolás Maduro, que já ameaçou com “banho de sangue” e “guerra civil” em caso de derrota, aumentam as tensões.
A última eleição no país ocorreu em dezembro de 2023, quando um referendo foi convocado para discutir a anexação do território de Essequibo, atualmente pertencente à Guiana. O governo alegou que mais de 10 milhões de eleitores apoiaram a proposta, mas testemunhas relataram locais de votação vazios.
Além disso, a empresa Smartmatic afirmou que o comparecimento oficial anunciado estava incorreto em pelo menos 1 milhão de votos. Desde então, novas máquinas de votação, projetadas internamente, foram introduzidas.
Impactos da eleição de 2017
As eleições de 2017 resultaram na criação de uma Assembleia Constituinte chavista, que assumiu os poderes do Parlamento de maioria opositora. Esse movimento aumentou a tensão política e destaca as disputas de poder dentro do país.
Com as eleições de 2024 se aproximando, a Venezuela vive um momento crucial em sua história política. O resultado pode determinar o futuro do país e sua relação com a comunidade internacional nos próximos anos.