Foto: Carlos Becerra/Getty Images
À medida que as eleições na Venezuela se aproximam, ocorridas em uma atmosfera já tensa, a censura na internet emerge mais forte. Anunciam-se restrições rigorosas por parte do governo do presidente Nicolás Maduro, afetando diretamente os veículos de comunicação independentes. Segundo relatórios de uma organização não governamental e do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), sites importantes têm sido sistematicamente bloqueados, sinalizando um aperto no cerco à liberdade de imprensa.
Na segunda-feira, os relatos confirmados pela VE Sin Filtro, uma entidade monitora a censura na web, trouxeram a público que várias operadoras, tanto estatais quanto privadas, iniciaram o bloqueio de acessos a sites influentes de notícias, como Tal Cual e El Estímulo. A iniciativa parece criar um ambiente restritivo para o fluxo de informações, essencialmente nos dias que antecedem um momento democrático crucial, a escolha do próximo presidente venezuelano.
O que motiva os bloqueios em um período tão crítico?
A Conatel, autoridade em telecomunicações do país, é apontada como a responsável pelas ordens de bloqueio. Tais ações são críticas em períodos pré-eleitorais, pois comprometem a transparência e a pluralidade essenciais em processos eleitorais. Estes bloqueios não são novidades no regime de Maduro, porém, a escalada em um momento de eleições desperta alertas sobre a integridade do processo eleitoral.
Sites específicos afetados pela medida
Entre os sites afetados, alguns desempenham papéis significativos no combate às notícias falsas, como o Observatorio Venezolano de Fake News e Cazadores de Fake News, que também sofreram restrições durante a campanha eleitoral. Essa estratégia aponta para uma tentativa de controlar não só a narrativa política mas também a verificação dos fatos que circulam entre a população.
Reações internacionais e locais ao aumento de censura
Visto internationalmente, o bloqueio de sites na Venezuela gerou reações. Organizações como a ONU já expressedam preocupações com o crescente número de restrições, que agora ultrapassa 60 sites. Em um contexto global, a transparência e livre acesso à informação são vistos como pilares fundamentais para eleições justas
e imparciais. Na própria Venezuela, a Plataforma Unitária Democrática representando a posição, denunciou que tais medidas são reflexo do desespero de um regime que tenta restringir informações cruciais antes das eleições.
Enquanto a situação se desenvolve, a comunidade internacional, ativistas de direitos humanos e entidades de monitoramento continuam atentas. A liberdade de expressão, um direito intrínseco ao desenvolvimento sociedade, segue no centro do debate, suscitando discussões a respeito da legitimidade das próximas eleições venezuelanas. Venezuelanos, apesar dos obstáculos, demonstram resiliência e uma crescente demanda por transparência e justiça.