Equipes jurídicas dos dois presidenciáveis têm travado batalha no TSE por publicações e programas que as duas campanhas e seus aliados vêm divulgando nas redes sociais, na TV e no rádio
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE)concedeu, até esta sexta-feira (14), ao menos 38 decisões favoráveis à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando o assunto é a divulgação de notícias falsas contra o petista.
Enquanto isso, foram seis as decisões favoráveis a pedidos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo mesmo motivo.
Somente nesta semana, a equipe de Lula conseguiu na Justiça a derrubada de um vídeo do vereador e deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) contra o petista, a remoção de uma notícia que ligava o PT à distribuição de uma “cartilha erótica”, além de propagandas de Bolsonaro que associavam o ex-presidente a criminosos.
Além disso, o TSE determinou quatro vezes a remoção de posts que ligam, falsamente, Lula e o PT à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A Corte Eleitoral também derrubou publicações que tentam vincular falsamente o PT ao assassinato de Celso Daniel, à invasão de igrejas e perseguição a cristãos e ao incentivo ao uso de drogas.
No caso de Bolsonaro, o TSE mandou derrubar uma propaganda de Lula que associava o presidente ao ato de canibalismo. Nesta quinta (13), o Tribunal manteve a decisão que mandou suspender essas propagandas.
As equipes jurídicas dos dois presidenciáveis têm travado uma batalha no TSE por causa de publicações e programas que as duas campanhas e seus aliados vêm divulgando nas redes sociais, na TV e no rádio.
A campanha de Lula apresentou 64 ações no TSE por causa de notícias falsas. A de Bolsonaro, enquanto isso, apresentou sete pedidos ao Tribunal nesse sentido.
Na sessão da última quinta-feira (13), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, afirmou que há o que ele chamou de “desinformação em sua segunda geração”.
“Uma delas é a manipulação de premissas verdadeiras, mas com uma conclusão falsa. A outra é o uso das mídias tradicionais para se plantar “fake news”. As campanhas passam a reproduzir material desses veículos, como se estivessem divulgando uma matéria jornalística, e isso não pode ser admitido pela Justiça Eleitoral. Não se pode admitir é a mídia tradicional de aluguel”, afirmou Moraes.
Também na sessão desta quinta (13), o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que é grave a “desordem informacional” apresentada e apta a comprometer a livre formação do eleitor.
“Estamos diante de um fenômeno novo, da desinformação, que vai além da fake news. O eleitor, cidadão comum não está preparado para receber esse tipo de desordem informacional”, declarou.
CNN