Na semana passada, circulou em Brasília um dossiê com fotos, documentos e insinuações sobre uma transação imobiliária envolvendo o governador Rui Costa (PT). Em maio deste ano, Costa comprou por 2,5 milhões de reais um apartamento num bairro chique de Salvador. De acordo com os documentos cartoriais, pagou 2,1 milhões à vista e financiou o restante em 180 meses.
O dossiê mostra que o governador não teria como justificar a origem dos recursos usados na transação. Quando disputou a reeleição em 2018, ele declarou à Justiça Eleitoral que seus bens se resumiam a um imóvel avaliado na época em 632.000 reais. Indagado, Rui Costa não se pronunciou até o fechamento desta edição. Mas não é apenas isso o que chama a atenção no negócio. Há outros detalhes curiosos.
Localizado no 4º andar do Edifício Mansão Bahiano de Tênis, em Salvador, o imóvel onde Costa passou a viver com a família tem 305 metros quadrados, varanda gourmet, quatro suítes, closet e jardim. Consultado por VEJA, um corretor da Graça Empreendimentos Imobiliários, a proprietária do prédio, informou na última terça-feira que o apartamento mais caro do condomínio vale 16 milhões de reais.
O outro detalhe curioso que está sendo explorado pelos adversários do petista é que a Graça Empreendimentos pertence ao grupo Moura Dubeux, uma das maiores incorporadoras do Nordeste. Cinco meses antes do negócio, por coincidência — ou não —, a empresa resolveu a seu favor um litígio que mantinha com o governo da Bahia.