Quando pensamos em idiomas, raramente consideramos sua beleza estética. No entanto, um estudo intrigante revelou que alguns idiomas podem, de fato, soar mais atraentes do que outros. Os resultados podem surpreender aqueles que possuem uma predileção pelo francês ou italiano, pois, segundo pesquisa recente, o Tok Pisin, um crioulo inglês da Papua Nova Guiné, emergiu como o idioma mais atraente.
A pesquisa, intitulada “Algumas línguas soam mais bonitas do que outras?”, analisou a percepção de beleza em 228 idiomas diferentes. Organizada por Andrey Anikin, Nikolay Aseyev e Niklas Erben Johansson, a investigação buscou insights sobre como diversos grupos linguísticos avaliam a estética das línguas ouvidas.
Como foi realizado o estudo sobre a beleza dos idiomas?
O estudo foi único em sua metodologia. Utilizou-se um filme sobre a vida de Jesus, gravado em várias línguas com diferentes falantes, o que forneceu uma base de comparação uniforme. Participaram 820 pessoas, oriundas de três grupos linguísticos principais: chinês, inglês e semítico. Esses ouvintes foram incumbidos de avaliar a atratividade de cada idioma apresentado.
Quais foram os resultados surpreendentes?
Contrariando expectativas populares, o Tok Pisin foi considerado o idioma mais atraente, enquanto idiomas como o francês e o italiano, frequentemente exaltados por sua beleza, não lideraram as paradas. Curiosamente, a diferença entre as pontuações mais altas e mais baixas foi mínima, variando majoritariamente de 39 a 42 em uma escala de 100, indicando uma perceção de beleza bastante uniforme entre os idiomas estudados.
O que influencia a percepção de beleza de um idioma?
Fatores extrínsecos tiveram grande peso nas avaliações. Por exemplo, a familiaridade com um idioma tendia a elevar sua beleza percebida. Preferências regionais também desempenharam um papel, com avaliadores de determinadas áreas mostrando predileção por idiomas de regiões específicas. Além disso, foi identificada uma preferência por vozes femininas e um ligeiro desdém por idiomas tonais, aqueles que usam diferentes tonalidades para diferenciar palavras com sons similares.
A pesquisa deu novas perspectivas sobre o que faz um idioma ser considerado belo, levantando questões sobre as influências culturais e pessoais na percepção linguística. Apesar dos resultados inesperados, eles ressaltam como nossos ambientes e experiências podem moldar nossas preferências de maneiras intrigantes e sutis.
Embora o estudo não estabeleça uma verdade absoluta sobre a beleza linguística, ele oferece uma janela fascinante para entender como diferentes culturas percebem o som das palavras. Sem dúvida, o Tok Pisin ganhou um destaque inesperado nesse panorama global, desafiando nossas concepções prévias sobre a estética linguística.