Pároco foi alvo de representação no Ministério Público
O padre Silvano Salvatte Zanon, pároco da Paróquia do Senhor Bom Jesus Crucificado e do Imaculado Coração de Maria , foi denunciado no Ministério Público por instruir seus fiéis a não votarem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O religioso é acusado de “terrorismo eleitoral” e de utilizar “tom alarmista” durante missa no último domingo (9).
A denúncia foi feita por Frederico Sueth, um blogueiro do município de Bom Jesus do Itabapoana, no Norte do Rio de Janeiro, onde fica paróquia. De acordo com ele, o padre “sem o menor constrangimento promoveu um discurso de conotação meramente politico em favor do presidenciável Jair Bolsonaro”.
Durante seu sermão, o padre Silvano se utiliza de um texto do livro Catecismo da Igreja Católica a fim de convocar os fiéis a pensarem em algumas questões antes de decidir o voto nas eleições presidenciais.
– A igreja respeita e promove a liberdade politica e responsabilidade dos cidadãos. Faz parte da missão da igreja emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem política, quando exigem a os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação da alma , empregando todos os recursos que estão de acordo com o evangelho e com o bem de todos, conforme a diversidade dos tempos e das situações – diz o texto lido pelo pároco.
Mais do que um discurso pró-Bolsonaro, o padre expõe os pontos negativos de uma eventual vitória de Lula. Para isso, ele cita algumas pautas progressistas, como o aborto, doutrinação nas escolas, liberação das drogas, além de tocar nas questões da Nicarágua e o MTST.
– Não estamos escolhendo um santo para governar nem alguém para comandar a igreja. Precisamos pensar com a cabeça e não com o coração – declarou.
Segundo a denúncia, o agravante do ocorrido se dá no fato de a missa ter sido transmitida ao vivo no canal da paróquia no YouTube e também pela Rádio Bom Jesus AM, que se trata de veiculo de comunicação sob concessão pública.