Setembro foi o terceiro mês seguido de deflação no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda dos preços aparece nos dois principais indicadores do órgão que medem a variação do custo de vida no país. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 11.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em -0,29% em setembro, mantendo a sequência de queda de agosto (-0,36%) e de julho (-0,68%). E o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou -0,32% no mês passado, depois dos recuos de agosto (-0,31%) e de julho (-0,60%).
Com os recuos, o acumulado do ano para o IPCA caiu de 4,39% para 4,09%. E o INPC foi de 4,65% para 4,32%. Para 12 meses, o IPCA está em 7,17%. Nos dois índices, alimentação teve o maior peso para a queda de setembro, influenciando em praticamente 22% para o IPCA e 25% para o INPC.
“Os alimentos vinham apresentando crescimento desde o começo do ano, inclusive altas fortes em março (2,42%) e abril (2,06%)”, afirma Pedro Kislanov, gerente da pesquisa. “Essa queda de setembro [-0,51%] é a primeira desde novembro de 2021 (-0,04%).”
Além disso, os transportes tiveram queda expressiva no IPCA (-1,98%). “Os combustíveis e, principalmente, a gasolina têm um peso muito grande dentro do IPCA”, comentou Kislanov. “Em julho, o efeito foi maior por conta da fixação da alíquota máxima de ICMS, mas, além disso, temos observado reduções no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras, o que tem contribuído para a continuidade da queda dos preços.”