Presidente apontou incoerência após os dois primeiros apoiarem Lula depois de tantas críticas na campanha
O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou neste domingo (9) seus ex-adversários na disputa presidencial. Ele alfinetou o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil). Os dois primeiros anunciaram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto a última afirmou que ficará neutra no segundo turno das eleições presidenciais. As declarações foram dadas ao canal “Pilhado”, em entrevista feita por dois apoiadores do presidente.
“O Ciro, depois de tudo o que ele falou para o Lula, (dizer): ‘eu acompanho o partido?’ Eu acho que, melhor do que eu, os eleitores do Lula (provavelmente se referindo aos eleitores de Ciro), pelo que eu vi nas mídias sociais, em grande parte, ficaram decepcionados”, afirmou Bolsonaro sobre o pedetista.
Ao ser perguntado sobre Simone Tebet, que dá um apoio ainda mais incisivo a Lula e promete fazer campanha ao seu lado, ele manteve a linha. “Também. Ela criticou muito o Lula com verdades e de repente ela abre o apoio explícito para ele. E me acusa de ditador. Onde que eu sou ditador?”, reclamou.
Já sobre Soraya Thronicke, que foi sua apoiadora nas eleições de 2018 e agora decidiu não apoiar nenhum dos dois no segundo turno, ele foi ainda mais crítico. “Essa daí foi candidata ao senado em 2018, eu tenho vídeo dela em sinal de trânsito: ‘sou a candidata do Bolsonaro, sou a senadora do Bolsonaro’. Nos santinhos dela, a senadora do Bolsonaro. Chegou, assumiu, advogada, não conhecia ela, viajou comigo para o Japão, mais algumas viagens, e depois me surpreendi. Ali com a metralhadora atirando em mim como se fosse a paladina da moralidade. (Dizendo que) o Brasil se perdeu na corrupção. Qual corrupção, Soraya? Qual corrupção? Me aponte um ato de corrupção do governo”, reclamou.
Em outro trecho da entrevista ele falou, rapidamente, sobre Padre Kelmon (PTB), que deixou claro apoio a ele ainda no primeiro turno, quando era candidato, viralizando com uma defesa do presidente nos debates na televisão. “O Padre Kelmon caiu do céu” no debate, disse Bolsonaro.
Ele também foi instado a falar de Michel Temer (MDB), ex-presidente e que também decidiu não declarar voto no segundo turno. Sobre o emedebista, afirmou que “é difícil falar dele” pois ele pegou metade do governo do PT e que, mesmo com problemas sérios que enfrentou, conseguiu deixar algum legado.