A campanha do candidato Fernando Haddad (PT) ao Governo do Estado de São Paulo contratou uma empresa de segurança que pertence a um nutricionista e não consta no cadastro da Polícia Federal para atuar na atividade. De acordo com a prestação de contas do petista entregue à Justiça Eleitoral, a empresa receberá R$ 328 mil.
A BMP Serviços Administrativos Ltda. foi contratada para o serviço de segurança da campanha de Haddad em 10 de agosto. Só que, além de não ter autorização da Polícia Federal, para funcionar, na data do contrato, a empresa só incluiu a atividade de segurança privada oficialmente na Junta Comercial de São Paulo em 15 de agosto, cinco dias depois de fechar negócio com a campanha do petista.
No entanto, a BMP não consta no cadastro de empresas de segurança privada da Polícia Federal. De acordo com a legislação, toda empresa que presta serviços de segurança tem que ser cadastrada e fiscalizada pela PF.
Na prestação de contas parcial da campanha de Haddad, sua equipe informou que a empresa foi contratada incialmente por R$ 272 mil. Em 31 de agosto, foi feita transferência de R$ 136 mil.
Na Junta Comercial, consta que a empresa pertence ao nutricionista Leonardo Francisco Tercini Braccini, de 28 anos. Na conta do Instagram, ele diz ser nutricionista esportivo. As fotos mostram que ele é fisiculturista. A sede da empresa funciona em um apartamento no Ipiranga (zona sul de São Paulo).
A BMP foi criada em 2012 pela irmã de Leonardo, como uma empresa individual na prestação de serviços de apoio administrativo. Em 2016, a irmã de Leonardo passou a empresa para ele.
Na eleição de 2018, a empresa já havia prestado serviços para a campanha de Lula e, depois, para a de Haddad à Presidência da República. Recebeu R$ 32 mil. Só que naquela época, foi declarado que o serviço prestado foi de produção de programas de rádio, televisão e vídeo.
Neste ano, a empresa passou por duas alterações registradas na Junta Comercial. Em 14 de julho, mudou de Eireli (Empresa de Responsabilidade Individual) para Ltda. (Empresa Limitada) e incluiu a atividade de controle de acesso. As empresas individuais têm limite de faturamento de até R$ 360 mil. E um mês depois foi feita nova alteração para incluir atividade de vigilância e segurança privada.
Haddad e dono de empresa não se manifestam
Procurado para se manifestar sobre a contratação de uma empresa de segurança irregular pela sua campanha, Haddad não se manifestou.
A reportagem tentou, por email e telefone, contato com Leonardo Braccini, dono da BMP Serviços, mas não o localizou.
Créditos: Portal R7.